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Acre registra quase 6 mil casos de dengue apenas no ano de 2024

O Ministério da Saúde (MS) atualizou seu Painel de Monitoramento das Arboviroses, que revela um aumento de 400% no número de casos de dengue em comparação com o ano passado nos estados brasileiros. De acordo com o MS, os dados mais recentes abrangem até 7 de dezembro de 2024.

Em relação ao controle das arboviroses, o MS implementou, em setembro de 2024, um plano de ação que utiliza novas tecnologias e evidências científicas para enfrentar as doenças. O Ministério já destinou R$ 1,5 bilhão para o combate à dengue durante o ciclo 2024/2025, um aumento de 50% em relação ao período anterior.

De acordo com a pasta, desde 2023 o órgão está “em constante acompanhamento do cenário epidemiológico das arboviroses, preparando estados e municípios para atuar nos diferentes cenários que se apresentaram, emitindo alertas sobre a possibilidade de alta no número de casos e liberando recursos para ações de prevenção e controle”.

Dessa forma, o estudo mais recente revelou que, no Distrito Federal, há uma concentração expressiva de casos, com o coeficiente de incidência da doença atingindo 9.899, o que representa um total de 278.862 casos prováveis de dengue. Em Minas Gerais, o coeficiente de incidência é o segundo maior, com 8.237,1 e mais de 1,6 milhão de casos prováveis. São Paulo lidera a quantidade de casos, com 2.158.639.

Além disso, o Painel do MS destaca a faixa etária de 20 a 29 anos como a mais afetada pela doença, com 649.599 casos prováveis registrados até 2024. A doença também continua sendo um problema em relação aos casos graves, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com São Paulo liderando com 26.755 casos.

No Acre, o número de casos de dengue também tem sido significativo, com 5.825 casos registrados até o início de dezembro, sendo Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Epitaciolândia os municípios com os maiores números. Já Jordão e Santa Rosa do Purus possuem os menores índices, com apenas 3 e 4 casos, respectivamente.

Em termos de outras arboviroses, em 2024, o Brasil registrou 264.970 casos prováveis de chikungunya, com 210 óbitos confirmados. A Zika causou 6.417 casos prováveis e não teve mortes, enquanto o oropouche apresentou 9.563 casos confirmados, com dois óbitos.

Diante desse cenário, o governo federal tem sido criticado pela falta de campanhas de conscientização, com um estudo realizado em fevereiro de 2024 apontando que 40% da população acreditava que o governo não estava fazendo o suficiente para combater a epidemia de dengue.

Segundo o estudo, 40% dos participantes não estavam satisfeitos com o desempenho do governo no controle da epidemia e 55% avaliavam que administração estava fazendo o possível para combater a crise sanitária. O restante não soube responder ou não respondeu.

Para o infectologista Julival Ribeiro, houve falhas nas campanhas preventivas, que são essenciais para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, assim, evitar novos surtos da doença.

“É muito importante quando a gente tem uma doença tipo dengue, que sejam feitas campanhas de comunicação para prevenção e conscientização sobre a dengue, quer no que tange, por exemplo, ao monitoramento para ver como está a expansão dos mosquitos, mostrando quais são as medidas preventivas para a sociedade, e campanhas também em relação à vacinação. Então, na minha visão, houve essas falhas dentro do governo federal”, pontuou ele.

Ribeiro ressalta ainda a importância da adoção de medidas preventivas, como a eliminação de água parada, que serve de criadouro para o mosquito. Ele também acredita que é necessário um esforço coletivo para reduzir a incidência de dengue no Brasil e evitar que os casos continuem crescendo.

“Acho que faltaram, sobretudo, um esforço coletivo para que não chegássemos a tantos casos de dengue aqui no Brasil. Acho que serve de lição para todos nós”, concluiu o infectologista.

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