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Petecão diz que pode apoiar Mailza, mas não vê espaço para aliança com Jorge Viana

Candidato declarado à reeleição em 2026, o senador Sérgio Petecão é um dos personagens principais das discussões já antecipadas sobre as próximas eleições. O ContilNet conversou com o político nesta segunda-feira (10) para tratar de diversos assuntos.

Sérgio Petecão/Foto: Reprodução

O primeiro tema discutido na entrevista foi a possibilidade de fusão entre o PSD, partido ao qual Petecão pertence, e o PSDB, em nível nacional. Aliados de Gilberto Kassab, presidente do PSD, afirmam que a chance de um acordo para o projeto é quase nula, mas o grupo ainda busca convencer os tucanos a aceitarem a incorporação — o que, na prática, resultaria na extinção do PSDB como sigla.

Entre os motivos para a resistência do PSD à fusão, está o risco de uma possível debandada na Câmara. Atualmente, o partido conta com uma bancada de 44 deputados federais, enquanto o PSDB tem 13 representantes.

Petecão se diz favorável à proposta de fusão:

“Primeiramente, esse negócio dessa fusão… Eu falei com Kassab, que é o líder maior do meu partido, e falei com Marconi Perillo, que é o presidente do PSDB e meu amigo pessoal também. E eu fiquei feliz, porque são dois amigos, mas tu sabe que, em política, há muitos interesses. Eu não tenho segurança para te dizer se essa fusão vai acontecer ou não. Hoje, vou conversar com Kassab, que virá para Brasília, e acho que uma das pautas da reunião com a bancada será exatamente essa. Então, neste momento, não posso afirmar nada.”

Caso a fusão se concretize, é muito possível que Petecão integre a base de apoio à candidatura da atual vice-governadora, Mailza Assis (Progressistas), ao governo em 2026, já que o PSDB está nesse grupo. O senador afirmou ser simpático à candidatura de Mailza, mas não sabe se ela teria interesse em seu possível apoio.

Petecão e Mailza/Foto: Reprodução

“Vamos falar do Acre. No Acre, eu não tenho nenhum problema, me dou muito bem com o pessoal do PSDB. A Mailza… isso é público, é notório, minha relação com ela é muito boa, mas eu entendo que, hoje, ela tem um projeto próprio de candidatura ao governo. Eu sou simpático a essa candidatura, mas é preciso saber se ela quer o apoio do PSD. Não sei. Estou disposto a sentar e conversar com ela. Eu já conversei com ela, entendeu?! Tenho uma relação muito boa com ela. Agora, é lógico, né? Eu não sei o que o grupo dela pensa, não sei, juro pra ti.”

Disputa política no governo do Acre

Petecão comentou as últimas polêmicas envolvendo as exonerações de aliados do senador Alan Rick e o espaço dado a Márcio Bittar no governo. O senador também disse que, se pudesse, daria um conselho a Mailza:

“Estou acompanhando essa briga do Alan [Rick] com o Márcio [Bittar] e acho que misturou tudo. Mas, se eu pudesse dar um conselho à Mailza, seria para que ela nem entrasse nessa briga. Ela está fazendo um trabalho legal nessa questão política, mas essa é só a minha opinião, né? Se eu pudesse aconselhá-la, diria para não se envolver nessas disputas entre Márcio e Alan. Ela tem que focar no projeto dela. Acho que ela se diferencia pela forma como trata as pessoas com muita humildade.”

Possibilidade de aliança com Jorge Viana

Ao confirmar sua candidatura à reeleição, Petecão foi questionado sobre a possibilidade de uma parceria com Jorge Viana, que também deve disputar uma cadeira no Senado. Como Viana está na base do presidente Lula e conta com aliados ocupando cargos no governo federal no Acre, o senador foi questionado se poderia haver uma aliança entre eles.

A candidatura do Jorge é do PT. Eu sou do PSD/Foto: Reprodução

“Eu não posso falar pela candidatura do Jorge, mas posso falar pela candidatura do Petecão. O Petecão é candidato ao Senado. Estou trabalhando para me organizar, né? Tenho todo o apoio do partido aqui. Não posso me meter nas decisões do PT. Acho que o PT vai ter seu candidato. Ele toca o caminho dele, e eu toco o meu. Minha relação com o governo é política, por conta dos espaços que o PSD ocupa. O PSD tem o secretário do Ministério de Minas e Energia, tem o Ministério da Agricultura, o Ministério da Pesca… Então, eu não posso, de forma alguma, ver o partido sendo contemplado e agir como outros parlamentares, que votam com o PT aqui e, lá fora, dizem que são Bolsonaro. Eu não sei fazer isso, não aprendi isso na política ainda.”

O senador entende que, se for para o grupo de Mailza, a parceria com Jorge Viana em 2026 não será viável.

“Ainda não paramos para pensar nisso, porque, se eu estiver no projeto da Mailza, não vai rolar com o Jorge, né? Eu penso que a Mailza assumirá o governo em abril, quando o Gladson se afastar. E aí, vamos conversar, eu e ela, para tomar uma decisão. Agora, não dá para definir nada. A candidatura do Jorge é do PT. Eu sou do PSD, cinquenta e cinco. Ele é treze.”

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