A Polícia Civil do Acre concluiu nesta quarta-feira, 12, o inquérito que investigava a página de humor Meme Acre e sugeriu o indiciamento dos administradores Sérgio Henrique de Oliveira Machado e Felipe da Silva Assis por crimes de difamação e injúria contra o governador Gladson Cameli.
O inquérito foi aberto com o objetivo de reunir provas sobre a autoria e materialidade dos crimes para que a ação penal seguisse adiante. As investigações apuraram as condutas de difamação (Art. 139 do Código Penal Brasileiro) e injúria cometida por meio de redes sociais (Art. 140 c/c Art. 141, § 2º do CPB).
O caso ocorreu em 15 de janeiro de 2025, quando uma publicação foi feita com a imagem do governador, sugerindo apologia ao uso de substâncias entorpecentes, o que violou sua honra e comprometeu a imagem do Governo do Acre. Após a repercussão negativa, o conteúdo foi removido minutos depois.
Diante da situação, a página Meme Acre, que possui mais de 34 mil seguidores no Instagram, foi acusada de prejudicar a honra de Cameli com a postagem. A defesa do governador entrou com uma ação de indenização por danos morais no 1º Juizado Especial Cível da Comarca de Rio Branco.
Os administradores da página prestaram depoimentos à Polícia Civil, nos quais apresentaram suas versões sobre a postagem. Sérgio Henrique de Oliveira Machado, um dos administradores, afirmou que era o responsável pela criação do card, tendo retirado a foto do governador do site ac24horas e adicionado um trecho de uma música popular.
Segundo ele, o material foi enviado para o grupo de WhatsApp dos administradores, mas não soube indicar quem fez a postagem. Sérgio declarou ainda que estava no trabalho no momento da publicação e que o conteúdo foi excluído cerca de 30 minutos depois, provavelmente por um dos outros administradores.
Já o outro administrador, Lucas Lopes Inácio de Lima, afirmou que normalmente colaborava com Felipe Assis na criação de cards e vídeos, mas que desde agosto de 2024 estava afastado das atividades da página por motivos de trabalho. Ele afirmou não ter participado da confecção ou publicação do card e que, ao ser informado por Sérgio de que ele havia criado o conteúdo e Felipe feito a postagem, foi negado qualquer intenção de ofender a honra do governador.
Com base nos depoimentos, a Polícia Civil concluiu que Sérgio Henrique foi o responsável pela criação do card e Felipe Assis pela publicação ofensiva, enquanto Lucas Lopes alegou estar afastado da administração desde agosto de 2024. A investigação sugere o indiciamento dos administradores pelos crimes previstos no Código Penal, e o caso agora será analisado pelo Ministério Público, que decidirá se apresentará denúncia contra eles.

