Dados mais recentes do Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que o Acre está entre os estados brasileiros com tendência de alta nos registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O cenário, divulgado nesta sexta-feira (23), é considerado preocupante e está relacionado, principalmente, à circulação de vírus como influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que têm impactado com mais força crianças menores de quatro anos e idosos.
A análise, baseada na Semana Epidemiológica 20 (de 11 a 17 de maio), revela que a influenza A segue se espalhando pelo país, com maior intensidade nas regiões Centro-Sul e em alguns estados do Norte, como Acre, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins. Já o VSR continua sendo uma das principais causas de internações e mortes entre os pequenos, embora algumas regiões já apresentem indícios de desaceleração da circulação do vírus.
No entanto, segundo a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, os números ainda são considerados elevados. Ela reforça a importância da vacinação como principal ferramenta de contenção. “Se o município ampliou a campanha para todos os públicos a partir dos seis meses de idade, é fundamental que a população aproveite. O uso de máscaras em locais fechados e a etiqueta respiratória também seguem sendo medidas eficazes”, orienta.
Além do Acre, outras 19 unidades da federação estão em situação de alerta, risco ou alto risco para SRAG, incluindo Amazonas, Maranhão, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia. A capital acreana, Rio Branco, segue sob monitoramento, assim como outras 15 capitais brasileiras que também registram níveis elevados de atividade respiratória.
Em estados como Espírito Santo e Maranhão, onde os números de VSR pareciam ter estabilizado, os dados mais recentes indicam uma nova fase de crescimento, o que exige atenção redobrada dos gestores de saúde.
Vírus predominantes no país
Nas últimas quatro semanas, os vírus mais frequentemente associados aos casos de SRAG foram o VSR (53,6%), influenza A (33,3%) e rinovírus (14,6%). Embora com menor representatividade, a Covid-19 (2,3%) e a influenza B (0,9%) também seguem sendo monitoradas. Quando se observam os óbitos confirmados por vírus respiratórios, a influenza A lidera com 69,7% dos casos, seguida por VSR (13%), rinovírus (9%), Sars-CoV-2 (8,1%) e influenza B (1,3%).
Especialistas alertam que a combinação de vírus respiratórios em circulação pode sobrecarregar os sistemas de saúde e reforçam a importância da prevenção, principalmente entre os grupos mais vulneráveis.

