As investigações sobre o esquema bilionário de fraudes nos descontos de mensalidade de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) citam pessoas que integram ou têm relação com ao menos seis partidos. O impacto político abrange nomes tanto governistas como da oposição, nos governos Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
A farra dos descontos indevidos do INSS foi revelada pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023 que embasaram a megaoperação da Polícia Federal (PF), deflagrada em abril deste ano, contra desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões. O escândalo culminou nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
PDT na mira
O baque mais visível até agora foi justamente no PDT, partido de Lupi. Apesar de não ter sido citado nas investigações, a permanência dele no cargo ficou insustentável após tantos alertas feitos sobre a farra dos descontos. Os avisos vieram por meio das reportagens do Metrópoles e em uma reunião do Conselho Nacional do INSS, em junho de 2023, sem nenhuma providência efetiva tomada.
O número dois de Lupi, Wolney Queiroz, também do PDT, assumiu o ministério na semana passada. Ele estava na mesma reunião em que Lupi foi alertado sobre as fraudes e assinou, em 2021, uma emenda que prorrogou o prazo de revalidação dos cadastros de aposentados feitos pelas entidades da farra.

