Em meio ao agravamento do conflito entre Israel e Irã, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) levantou suspeitas nas redes sociais sobre possível ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com líderes iranianos, por meio do suposto envio de urânio enriquecido ao país persa. A acusação, baseada em especulações e em notícias antigas, foi rapidamente desmentida pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que classificou as alegações como “fake news”.
Em um vídeo publicado nesta terça-feira (17), Eduardo relaciona dois acontecimentos de 2023 para levantar suspeitas sobre o governo brasileiro. Um deles, o desaparecimento de ampolas com urânio enriquecido da fábrica da INB, em Resende (RJ), e o outro, a chegada de navios de guerra do Irã ao Brasil em fevereiro do mesmo ano, em meio a pressões dos Estados Unidos para impedir a atracação.
“Se essas duas notícias tiverem relação, o Brasil terá sérios problemas internacionais. Inclusive correndo risco de ser sancionado pela comunidade internacional. Vale lembrar que o urânio enriquecido é rastreável. Se Israel tiver em mãos esse urânio, ele pode fazer pesquisas para descobrir qual é a sua origem”, afirmou o deputado, durante o vídeo.
A publicação provocou forte repercussão, sobretudo em meio à tensão global causada pelos recentes bombardeios de Israel a alvos militares e nucleares no Irã, que já deixaram dezenas de mortos, incluindo generais de alta patente e cientistas do programa atômico iraniano.
Em resposta, a INB, estatal responsável pela produção e enriquecimento de urânio no Brasil, divulgou nota oficial negando qualquer vínculo com o regime iraniano. “A informação de envio de urânio da INB para o Irã é uma fake news. A INB não tem qualquer negócio com o Irã e jamais teve. Só somos autorizados a produzir urânio para fins pacíficos — produção de energia elétrica, agricultura, medicina e preservação de obras de arte —, o que é acompanhado de perto pelos órgãos de controle: Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Ibama”, destacou a nota.

