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Esperando por uma cirurgia há nove anos, menina de Rodrigues Alves enfrenta dor e burocracia

Desde que nasceu, uma menina de 9 anos enfrenta uma rotina marcada por dor e limitações. Moradora de Rodrigues Alves, no interior do Acre, ela aguarda uma cirurgia que deve ser realizada na capital Rio Branco. O procedimento foi solicitado pela família através do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) quando ela tinha apenas três meses, mas, quase uma década depois, a espera continua.

A criança sofre com um cisto na região íntima, condição que provoca intensas dores abdominais e outros sintomas, como secreções constantes e, mais recentemente, dores nas pernas, comprometendo sua locomoção. “Ela sente dor o tempo todo, não come direito, não sente fome e agora começou a sentir uma dor na perna que impede até de andar direito”, relata a mãe, Janderlane Freitas, aflita com a situação.

Além da longa espera pela cirurgia, a família enfrenta dificuldades financeiras para realizar os exames pré-operatórios, já que muitos procedimentos precisam ser feitos de forma particular. Sem cobertura suficiente da rede pública, cada exame custa cerca de R$ 200, e tem sido pago pela avó da menina, pois Janderlane depende exclusivamente do Bolsa Família.

A burocracia também dificulta o avanço do caso. Segundo a mãe, os exames têm validade de apenas 15 dias, e como não há contato da equipe médica para agendamento da cirurgia, o tempo expira e os exames precisam ser repetidos. “Já fiz os exames duas vezes. Como o prazo de validade é de apenas 15 dias e eles não ligam para agendar, o tempo passa, e a gente precisa repetir tudo de novo”, lamenta Janderlane, visivelmente frustrada.

Mesmo com diversas idas a Rio Branco em busca de respostas, a família segue sem encaminhamento definitivo. De acordo com Janderlane, o setor do TFD em Cruzeiro do Sul limita-se apenas à entrega das passagens, enquanto a central em Rio Branco, responsável pela realização dos procedimentos, ainda não deu um retorno concreto.

As consequências vão além do impacto físico. A condição de saúde da menina também compromete sua vida escolar, trazendo episódios preocupantes. “Ela já desmaiou na escola. Direto me ligam para ir buscá-la porque não aguenta de dor”, conta a mãe, preocupada com o futuro da filha.

Além disso, a equipe da Secretaria Estadual de Saúde do Juruá afirma estar ciente do caso e realizando levantamentos necessários. A coordenadora da pasta, Diane Carvalho, informou que está em Feijó participando de um treinamento, mas garantiu que mais informações serão divulgadas nos próximos dias.

Enquanto a espera se prolonga, Janderlane faz um apelo por providências urgentes. “Só peço uma resposta. Minha filha está sofrendo há anos e ninguém resolve”, desabafou.

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