Uma das rotas de ônibus mais extraordinárias do planeta cruza o Acre, estado brasileiro localizado em plena Floresta Amazônica. Reconhecida pelo Guinness Book como a viagem rodoviária mais longa do mundo operada regularmente, ela conecta o Rio de Janeiro à capital peruana, Lima, em um trajeto de aproximadamente 6.200 quilômetros. Operada pela empresa Transacreana, sediada em Rio Branco, a linha atravessa mais de 30 cidades e passa por importantes capitais como São Paulo, Campo Grande e Porto Velho, antes de seguir pelo Acre rumo à fronteira.
A passagem pelo território acreano é estratégica: os ônibus fazem paradas nas cidades de Rio Branco, Brasileia e Assis Brasil, onde acontece a saída oficial do Brasil. Esse trecho da viagem leva os passageiros por cenários amazônicos intensos, repletos de floresta nativa e biodiversidade. Ao cruzar para o Peru pela cidade de Iñapari, o trajeto segue em meio à mata densa até chegar a Porto Maldonado, mantendo a atmosfera amazônica antes da subida para os Andes.
Após a travessia da região de Madre de Dios, o ônibus começa a ascender em direção às montanhas andinas, revelando uma mudança drástica na paisagem. Os viajantes acompanham pelas janelas a transição das planícies úmidas para os picos monumentais da Cordilheira dos Andes, passando por cidades históricas como Cusco e Abancay. A diversidade geográfica é um dos principais encantos dessa jornada sobre rodas, que une selva, metrópoles e montanhas.
No trecho entre Assis Brasil e Iñapari, são realizados os trâmites migratórios exigidos. Brasileiros não precisam de visto para entrar no Peru como turistas por até 90 dias, mas devem apresentar documentos válidos, como RG recente ou passaporte. Muitos aproveitam a parada para trocar moeda, já que o câmbio costuma ser mais vantajoso do lado peruano.
A rota, que entrou para o Guinness em 2016, é celebrada por unir culturas e paisagens diversas em uma experiência única de integração sul-americana.

