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IBGE diz que mais de 34 mil pessoas moram dentro de unidades de conservação no Acre

Um levantamento inédito divulgado pelo IBGE revelou que o Acre possui 34.394 pessoas vivendo em unidades de conservação (UCs), o que representa 4,14% da população estadual. O dado, extraído do Censo Demográfico de 2022, reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para as comunidades que vivem nesses territórios protegidos.

O estado conta com nove unidades estaduais de conservação, entre elas as APAs Lago do Amapá e Igarapé São Francisco, as Florestas Estaduais do Mogno, Antimary e do Rio Gregório, além do Parque Estadual Chandless. Já no âmbito federal, são 11 áreas protegidas, incluindo a Reserva Extrativista Chico Mendes, a Floresta Nacional do Macauã e o Parque Nacional da Serra do Divisor. A maioria das pessoas que vivem nessas áreas — cerca de 24,5 mil — está em territórios federais. Nas unidades estaduais, vivem aproximadamente 9,8 mil moradores.

As unidades de conservação são áreas criadas por lei com o objetivo de preservar recursos naturais e garantir proteção ambiental. Mesmo nas áreas federais, o governo do Acre desenvolve parcerias para garantir que ações públicas cheguem às populações residentes.

A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) realiza ações contínuas de monitoramento, fiscalização, apoio técnico e incentivo à produção sustentável nessas comunidades. Segundo a gestora adjunta da Sema, Renata Souza, ouvir as demandas dessas populações é fundamental para garantir políticas públicas eficazes e adaptadas às suas realidades.

Entre as principais iniciativas, destacam-se o trabalho dos brigadistas comunitários no combate a incêndios, ações integradas de monitoramento ambiental e o programa Saúde na Floresta, que leva serviços de saúde e cidadania às regiões mais isoladas, em parceria com outras secretarias e instituições. A gestão das UCs estaduais é feita por meio das Unidades de Gestão Ambiental Integrada (UGAIs), que oferecem suporte operacional nas áreas protegidas.

O Parque Estadual Chandless é um dos principais polos de pesquisa científica da região, abrigando estudos sobre biodiversidade e ecossistemas amazônicos. O local também vem se consolidando como destino para observadores de aves, atividade que contribui para o ecoturismo. O monitoramento contínuo da biodiversidade no parque subsidia ações de conservação e políticas ambientais.

Segundo Renata Souza, esses dados oferecem um panorama mais claro sobre quem vive nas UCs e de que forma as políticas públicas podem ser aprimoradas para garantir conservação ambiental, inclusão social e proteção dos direitos das populações tradicionais.

•ContilNet

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