Impedido de registrar novos jogadores em razão da dívida de R$ 33,47 milhões com o Santos Laguna, o Corinthians tem ainda de pagar pelo menos outros R$ 70,52 milhões em condenações impostas pela Fifa.
São as seguintes dívidas:
- R$ 40.397.726 ao meia paraguaio Matías Rojas pela rescisão do contrato após atrasos nos pagamentos;
- US$ 4.334.400 (R$ 23,35 milhões) ao Talleres, da Argentina, pela contratação do meia argentino Rodrigo Garro;
- 1,075 milhão de euros (R$ 6,76 milhões) ao Shakthar Donetsk, da Ucrânia, pelo empréstimo do meia Maycon.
Os casos de Rojas e Talleres devem ter decisões divulgadas em breve pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), para a qual o Corinthians recorreu depois de ser condenado pela Fifa.
O CAS realizou as audiências dos casos de Rojas em 29 de abril e de Garro em 30 de abril. A audiência com o Santos Laguna, referente à contratação de Félix Torres, ocorreu em 7 de maio.
Como a sentença do CAS sobre o Santos Laguna saiu em 28 de julho e o transfer ban já ocorreu, é esperado que, nas próximas semanas, possam sair as decisões sobre Rojas e Garro.
Em meio a uma profunda crise financeira, o Corinthians tem buscado alternativas para conseguir o dinheiro necessário para arcar com as cobranças que estão por vir depois desta que resultou em transfer ban.
Rojas
O caso de Rojas é considerado mais complexo porque envolve cálculos das remunerações do paraguaio no Brasil. Ele rescindiu com o Corinthians em março do ano passado, alegando atrasos no pagamento de direitos de imagem.
A Fifa condenou o clube a pagar R$ 40.397.726 ao jogador. O valor é referente ao que o paraguaio tinha direito a receber até o fim do vínculo dele com o Timão, em junho de 2027.
Há, ainda, acréscimo de 5% de juros ao ano pelo período de 28 de fevereiro de 2024 até o efetivo pagamento da dívida.
Talleres
O imbróglio entre Corinthians e Talleres pela transferência de Garro vem desde o início do negócio.
O clube argentino entendia ter direito a receber US$ 612 mil referentes a despesas operacionais e impostos da transação. O Timão, por sua vez, contestava a obrigação de arcar com esse montante. A divergência fez com que o meia argentino demorasse a ser regularizado.
O Corinthians inicialmente pagou US$ 4 milhões pelo negócio, mas o Talleres abriu o processo na Fifa pedindo US$ 3 milhões pelas prestações que ainda iriam vencer.
A Fifa condenou o Corinthians a pagar ao Talleres uma dívida de US$ 3.612.000 (R$ 19.463.262 na cotação atual), acrescidos de juros de 18% ao ano, e multa de US$ 722.400 (R$ 3.893.952,72).
Shaktar Donetsk
No caso de Maycon, o Shaktar Donetsk acionou a Fifa reclamando não ter recebido os valores acordados com o Corinthians em dois empréstimos – o primeiro entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, além de uma extensão até o final de 2024. Os contratos previam pagamentos de 250 mil euros em quatro ocasiões.
A Fifa condenou o Timão a pagar 1 milhão de euros, acrescidos de juros de 10% ao ano, além de uma multa de 75 mil euros. O total é de R$ 6.765.271,70 na cotação atual. Há, ainda, uma penalidade de 45 mil euros (R$ 283.197,42), a ser paga à própria Fifa.
O Corinthians também recorreu ao CAS, mas ainda não houve a audiência deste caso. Uma decisão definitiva vai demorar a sair.

