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Delegado aponta negligência e dolo eventual em caso da bebê Aurora: “Temperatura da água chegou a 57°C”

As investigações sobre o caso da bebê Aurora, que sofreu queimaduras graves durante um banho na maternidade de Cruzeiro doSul (AC), estão prestes a ser concluídas. Nesta semana, com o retorno da família à cidade, a mãe da criança será ouvida pela polícia, marcando o último depoimento necessário para o encerramento do inquérito conduzido pelo delegado Vinícius Almeida. A expectativa é que, após esse depoimento e um exame complementar de corpo de delito, o caso seja encaminhado ao Ministério Público, que pode ou não oferecer a denúncia.

O exame pericial que ainda será realizado por um médico legista poderá ser decisivo para a tipificação do crime. Caso seja constatada deformidade permanente na bebê, o enquadramento legal muda de lesão corporal grave para gravíssima, elevando a pena prevista de 1 a 5 anos para 2 a 8 anos de reclusão. O delegado Almeida reforçou que o laudo médico já descartou qualquer condição dermatológica preexistente, confirmando que as queimaduras foram causadas por água em temperatura excessivamente alta.

Além disso, testemunhas ouvidas durante a investigação relataram que o vapor da água usada nos banhos dos recém-nascidos era visível, e a perícia confirmou que a temperatura chegou a 57°C — suficiente para provocar queimaduras de terceiro grau. Apesar dos alertas feitos por outros profissionais e familiares, sobre a alta temperatura, a técnica de enfermagem responsável pelo banho de Aurora teria ignorado os riscos. Por isso, segundo o delegado, há indícios de dolo eventual.

Portanto, com o inquérito em fase final, a família da bebê Aurora segue cobrando justiça e responsabilização dos envolvidos. Após 40 dias de tratamento intensivo em Minas Gerais, a criança ainda se recupera das lesões.

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