O governo de Donald Trump intensificou a pressão contra Nicolás Maduro ao anunciar, nesta semana, que a recompensa por informações que levem à prisão do presidente da Venezuela foi elevada para US$ 50 milhões. A medida veio acompanhada da acusação de que o líder chavista comandaria um cartel de drogas, algo que Caracas nega.
Embora a tensão entre os Estados Unidos e o governo venezuelano não seja novidade, a ofensiva atual ganhou novos contornos. Washington já contestava Maduro nas administrações de Barack Obama e Joe Biden, mas, agora, o tema está ligado diretamente à estratégia norte-americana de combate ao narcotráfico na América Latina.
Antes de aumentar o valor da recompensa, Trump reforçou as acusações de que o presidente venezuelano lidera grupos criminosos envolvidos no tráfico internacional.
A iniciativa coincide com uma mudança de postura da Casa Branca em relação a facções ligadas ao narcotráfico. O The New York Times revelou que Trump assinou uma diretriz autorizando o uso de força militar contra cartéis latino-americanos, classificados como organizações terroristas.
Ainda neste ano, o governo norte-americano anunciou que avalia incluir o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), duas das maiores facções brasileiras, nessa lista.
Em resposta, o governo venezuelano chamou a medida de “cortina de fumaça”, acusando Trump de tentar desviar a atenção de problemas internos, como a suposta ligação do presidente dos EUA com o caso Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais.
O chanceler Yván Gil Pinto disse que a recompensa bilionária não passa de uma manobra política. Já o ministro da Defesa, Padrino López, afirmou que as Forças Armadas estão preparadas para proteger Maduro de qualquer tentativa de captura.

