Ketlin Tatiele Santana Amaral foi presa na quarta-feira (20), em Montes Claros (MG), durante uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Distrito Federal (15ª DP de Ceilândia Centro) e a Polícia Civil de Minas Gerais. Ela é acusada de participar de um esquema de extorsão envolvendo ameaças e uso da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) como forma de intimidação.
Segundo a investigação, Ketlin fingia ser integrante do PCC para extorquir vítimas que acessavam sites de acompanhantes. Ela também se apresentava nas redes sociais como especialista em cílios e sobrancelhas, afirmando ser proprietária de um salão de beleza.
De acordo com a polícia, Ketlin era responsável por criar perfis falsos, manter contato com os clientes e enviar mensagens de ameaça para coagi-los a transferir dinheiro.
O caso começou a ser investigado em fevereiro deste ano, após um homem de 31 anos procurar a polícia relatando ter sido vítima do golpe. Ele contou que havia combinado um encontro com uma suposta garota de programa por meio de um site de acompanhantes. O valor do programa seria R$ 100, e o local marcado era um hotel em Taguatinga (DF).
Ao chegar ao hotel, o homem foi instruído a pagar antecipadamente, o que fez via Pix. Após o pagamento, foi informado que precisaria transferir mais R$ 100 para liberar o quarto. Desconfiado, decidiu cancelar o encontro e foi nesse momento que as ameaças começaram.
O homem passou a receber mensagens de WhatsApp de um suposto integrante do PCC, que se identificava como cafetão da acompanhante. Ele exigia mais R$ 500, alegando que a vítima havia prejudicado a agenda da mulher, que teria deixado de atender outros clientes.
Para aumentar a pressão, os criminosos enviaram imagens da família da vítima e do seu carro, retiradas de suas redes sociais, como forma de intimidação.
Com receio de sofrer represálias, o homem chegou a transferir o valor exigido, totalizando R$ 600. No entanto, os golpistas continuaram pressionando e exigiram mais R$ 1.500 para “encerrar o assunto”.
Diante da escalada nas ameaças e sem condições de atender à nova exigência, a vítima procurou a polícia e denunciou o caso.
A investigação revelou um esquema criminoso bem organizado, com divisão de tarefas entre os envolvidos. O cruzamento de dados bancários, telefônicos e registros cadastrais foi fundamental para identificar os suspeitos e levar à prisão de Ketlin.
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar e prender outros envolvidos no esquema.

