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Mulher mata família com cogumelos e tenta envenenar ex com biscoitos

Erin Patterson, a australiana de 50 anos condenada por assassinar três familiares com um prato envenenado, também teria tentado matar o ex-marido, Simon Patterson, em pelo menos três ocasiões anteriores, com biscoitos, macarrão e curry.

As informações, divulgadas pela rede britânica BBC, vieram à tona após audiências pré-julgamento, embora detalhes tenham sido suprimidos durante o processo para proteger os procedimentos judiciais.

Erin foi condenada por servir um almoço às vítimas com sanduíches de bife Wellington que continham cogumelos venenosos. O caso ocorreu em 29 de julho de 2023, na própria casa da mulher.

Os ex-sogros dela, Don e Gail Patterson, ambos de 70 anos, e a irmã de Gail, Heather Wilkinson, de 66, morreram contaminados. Ian Wilkinson, marido de Heather, sobreviveu após semanas internado.

Simon Patterson, ex-marido de Erin e pai de seus dois filhos, foi convidado para o almoço, mas recusou, dizendo que “se sentia desconfortável” em comparecer. Ambos mantinham um relacionamento amigável após a separação em 2015, mas a relação esfriou em 2022.

Campanha de envenenamentos
Simon, em depoimentos durante audiências pré-julgamento, relatou uma série de incidentes que levantaram suspeitas sobre a ex-esposa. Em novembro de 2021, ele passou mal após comer um penne à bolonhesa preparado por Erin, sofrendo vômitos e diarreia.

“Achei que tinha ficado doente por causa da comida da Erin. Não pensei muito nisso”, disse ele à polícia, de acordo com o jornal australiano The Age.

Em maio de 2022, durante um acampamento, Simon adoeceu gravemente após consumir um curry de frango korma feito por Erin. Ele entrou em coma e teve parte do intestino removido. Meses depois, em setembro, ele voltou a passar mal após comer um wrap de vegetais, sofrendo náuseas, perda de controle muscular e convulsões.

“No final da viagem [para o hospital], tudo que eu conseguia mover era meu pescoço, minha língua e meus lábios”, relatou ao tribunal.

As suspeitas de Simon se intensificaram em fevereiro de 2023, quando ele recusou biscoitos que Erin disse terem sido feitos pela filha do casal, mas que ele acreditava estarem contaminados, possivelmente com anticongelante.

Erin ligou várias vezes para confirmar se ele havia comido os biscoitos, o que aumentou suas desconfianças. Um amigo médico, Christopher Ford, sugeriu que Simon mantivesse um diário alimentar para rastrear a origem de suas doenças.

Simon chegou a alertar alguns familiares sobre suas preocupações, mas seu pai, Don Patterson, minimizou o risco. Na noite anterior ao almoço fatal, a irmã de Simon, Anna Terrington, tentou avisar os pais, mas eles decidiram comparecer ao evento.

Embora Erin tenha sido inicialmente acusada de três tentativas de homicídio contra Simon, essas acusações foram retiradas sem explicação antes do julgamento, segundo a BBC.

A mulher foi considerada culpada pelo assassinato de três familiares e pela tentativa de homicídio de Ian Wilkinson. A sentença está marcada para o dia 25 deste mês de agosto, quando vítimas e familiares poderão prestar depoimentos sobre o impacto do crime.

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