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Professora da Ufac confessa ameaças a vizinhos e diz ter perdido o controle por problemas psicológicos

A professora universitária Karlla Barbosa Godoy, da Universidade Federal do Acre (Ufac), foi detida no último dia 11 de agosto após uma confusão com vizinhos em Cruzeiro do Sul, mas acabou liberada em seguida. Ao prestar depoimento, ela assumiu ter feito ameaças graves contra o bancário Andson Souza da Silva, sua esposa grávida e outros familiares, porém destacou que sofre de problemas psicológicos e que perdeu o controle após uma discussão envolvendo um cano de água.

Segundo o relato de Karlla à polícia, tudo começou quando ela se sentiu provocada pelo vizinho. Ela declarou que, tomada pela raiva, acabou xingando, agredindo verbalmente e ameaçando a família. No entanto, afirmou que há anos faz tratamento psiquiátrico e faz uso de remédios controlados.

Na delegacia, ela confirmou parte das acusações: confessou ter ameaçado de morte Andson, sua esposa e até mesmo o bebê que a mulher espera. Também admitiu que chegou a dizer frases como arrancar a criança da barriga e esquartejar a família, além de afirmar que faria a gestante perder o filho. Entretanto, negou a agressão contra a mãe da vítima, apesar das imagens que mostram o momento em que atinge a idosa.

A Polícia Militar, que foi chamada ao local pela própria professora, registrou que encontrou Karlla em via pública, bastante alterada: “A solicitante informou que seu vizinho estava lhe filmando enquanto ela estava despida. Ela afirma que sofre de transtorno de bipolaridade. Quando a equipe chegou ao endereço citado, encontrou Karlla Barbosa Godoy em via pública já bastante alterada falando frases desconexas e xingando seu vizinho, Andson. Ela passou a ameaçá-lo dizendo que iria matar ele devido um cano de água que estava do lado da casa dela exposto, que inclusive chegou a cortar o cano de água. Ela partiu para cima de Andson e lhe chutou, sendo necessário ser contida pela guarnição. Desta forma, a guarnição deu voz de prisão para a autora pelo crime de ameaça e vias de fato. Ela passou a ameaçar a esposa de Adson que está grávida, dizendo que iria fazê-la perder o filho, e com ameaças de morte”, diz o boletim.

No entendimento da Polícia Civil, a postura de Karlla pode levar a um acordo de não persecução penal. “Sua confissão, formal e circunstanciada, da prática da infração penal, possibilitará à obtenção do acordo de não persecução penal junto ao Ministério Público, já que se trata de infração penal cometida sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos”, informou a instituição.

Já o marido da vítima relatou que a esposa, grávida de nove meses, chegou a passar mal durante a confusão. “Ela ameaçou minha esposa, que chegou a passar mal, foi pra maternidade e perdeu o líquido. Eu conversei com o delegado e vim pra Rio Branco com ela para procurar até mais sossego, proteger minha família, ter mais tranquilidade. Mesmo depois de tudo isso, a Karlla fica aos gritos lá ao lado de casa, muitas vezes, fazendo ameaça, terror psicológico. Minha esposa ficou muito nervosa e aí viemos pra Rio Branco pra tentar concluir essa gestação dela assim, de um modo mais tranquilo”, disse.

Enquanto o processo avança, Karlla segue em liberdade e sob investigação, alegando que também foi provocada e que sofre de transtornos mentais que a fizeram “perder a cabeça” no momento do conflito.

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