O acreano Bruno Vinícius Teixeira, de 11 anos, conhecido como Bruninho, está surpreendendo médicos e familiares com sua boa recuperação após uma cirurgia inédita de implante de eletrodo cerebral para controle de crises epiléticas. Natural de Cruzeiro do Sul, ele foi operado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e já deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A previsão é que receba alta nesta terça-feira (16).
O procedimento foi realizado na última sexta-feira (12) e envolveu a instalação de um marca-passo cerebral de última geração, lançado em julho deste ano e ainda em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O aparelho já é autorizado em outros países e, quando aprovado no Brasil, poderá operar de forma automatizada, ajustando-se às ondas cerebrais do paciente. Por enquanto, o dispositivo está funcionando na sintonia 1 — o nível mais leve — e será calibrado gradualmente.
Marcus Vinícius Girado Teixeira, pai de Bruno, já percebe mudanças significativas no filho. “Podemos comemorar, sim. Comemorar muito o avanço. Eu já estou percebendo ele até um pouco diferente, o cognitivo dele um pouco diferente. Ele interagindo mais e com algumas palavrinhas que ele não falava”, relata emocionado. Segundo ele, o tratamento é uma terapia de estimulação cerebral profunda que exigirá tempo e ajustes cuidadosos para alcançar o nível ideal de controle das crises.
Na tarde desta segunda-feira (15), Bruninho recebeu a visita do irmão Pedro Lucas, de 6 anos, com quem brincou alegremente ao lado da mãe Lidiani e do pai. O momento foi marcado por emoção e esperança, reforçando os sinais positivos da recuperação.
Além do controle das crises epiléticas, o procedimento também promete ganhos cognitivos. “Um dos eletrodos ficou numa área do cérebro que estimula uma parte cognitiva dele e o outro eletrodo nessa parte da epilepsia, é mais eficaz”, explica Marcus. Por enquanto, Bruno segue tomando medicamentos anticonvulsivos, mas a expectativa é de que, com o tempo, os resultados sejam ainda mais expressivos.
Por fim, Marcus, que já aprendeu a carregar o aparelho por indução manualmente, confia na ciência e na fé. “Vamos confiar na ciência e em Deus que tudo vai dar certo”, afirma.

