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Cadeia da borracha nasce do esforço silencioso na floresta e transforma o extrativismo do Acre em motor global da bioeconomia

Por Redação Juruá em Tempo.30 de setembro de 2025Updated:30 de setembro de 20256 Minutos de Leitura
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Na vastidão verde do Acre, onde o tempo dança ao compasso da floresta, mãos calejadas percorrem caminhos antigos, guiadas por memória e resistência. Entre seringueiras que sangram esperança, brota um dos insumos mais preciosos que cruzam fronteiras: a borracha amazônica.

Impulsionada por políticas públicas, pela atuação da Cooperativa dos Produtores de Agricultura Familiar e Economia Solidária de Nova Cintra (Coopercintra) e por incentivos do setor privado, a matéria-prima extraída nas estradas de borracha da zona rural de Rodrigues Alves calça o mundo com dignidade e resiliência.

Com sede em Rodrigues Alves, a Coopercintra coordena essa engrenagem de saberes com 18 famílias que atuam na extração de látex nos municípios de Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul. Foto: Pedro Devani/Secom

Uma das principais matérias-primas utilizadas pela marca francesa Veja é justamente essa borracha. As solas dos tênis levam de 20 a 40% de borracha originária da floresta, coletada por comunidades tradicionais que mantêm modos de vida sustentáveis. O valor pago pelo quilo do CVP (borracha semiprocessada) é 3,5 vezes superior ao valor de mercado, com bônus de qualidade e de Serviços Socioambientais (PSES), o quilo chega a R$ 15. Além disso, como parte da certificação Fair for Life, cooperativas recebem um bônus adicional de R$ 0,60 por quilo para investir em projetos comunitários.

Com sede em Rodrigues Alves, a Coopercintra coordena essa engrenagem de saberes com 18 famílias que atuam na extração de látex nos municípios de Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul. Nessa rede já bem consolidada, que inclui ao menos 26 cooperativas, o produto é coletado nas comunidades, transportado pela Coopercintra à Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), e de lá segue para a empresa.

“Hoje a gente trabalha com 18 famílias de seringueiros em dois municípios, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, em seis comunidades em que o produtor coleta nas suas áreas, traz para a cooperativa, a gente pesa, faz o pagamento e depois, quando a gente termina o período de safra, a gente transporta para Cooperacre, que encaminha para o destino final, ou seja, para que a Veja faça a produção dos tênis”, explica Queline Souza, diretora executiva da Coopercintra.

Em parceria com a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac), a Coopercintra também realiza capacitações e monitoramento da qualidade da borracha, extraída em áreas remotas por trabalhadores que conhecem o tempo e os sinais da floresta como poucos.

Entre árvores e trilhas, o seringueiro Pedro Rodrigues de Souza, de 69 anos, desenha caminhos com sabedoria herdada. Foto: Pedro Devani/Secom

No compasso da floresta

Entre árvores e trilhas, o seringueiro Pedro Rodrigues de Souza, de 69 anos, desenha caminhos com sabedoria herdada. Aprendeu com o pai ainda menino e hoje, prestes a completar 70, percorre com familiaridade as estradas que levam até às suas 60 seringueiras. 

Seus passos são rápidos e certeiros, como se a mata falasse em silêncio com ele e vive em harmonia com o território que alimenta seu sustento e molda sua história.

Pedro Rezendo com o tênis que ajuda a produzir com a borracha do Acre. Foto: Pedro Devani/Secom

Natural de Marechal Thaumaturgo, criou cinco filhos com os frutos que a floresta lhe ofereceu com generosidade. A extração ocorre durante o chamado verão amazônico, quando a seiva corre mais livre. Souza é um dos beneficiados pela compra da empresa na comunidade, um gesto que, para ele, revela o potencial transformador do extrativismo acreano.

“Aprendi a cortar seringa com meu pai. Na época eu era o filho mais novo e para onde ele ia, eu o acompanhava. Quando ele faleceu, fiquei sozinho e dei uma parada por alguns anos e voltei de novo em 2020 e hoje, mesmo aposentado, minha renda maior é da borracha”, conta.

Souza acredita no equilíbrio entre exploração sustentável e preservação como fórmula vital para que a floresta continue sendo fonte de vida e dignidade.

“No meu ponto de vista é importante porque a pessoas conseguem tirar coisas da florestas sem precisar derrubar, queimar e prova que a mata também pode ser uma renda e dá pra viver assim. Foi assim que consegui criar meus cinco filhos”, diz agradecido.

Seus passos são rápidos e certeiros, como se a mata falasse em silêncio com ele e vive em harmonia com o território que alimenta seu sustento e molda sua história. Foto: Pedro Devani/Secom

Tecnologia que escuta a floresta

Para atender às exigências da Veja, os extrativistas seguem critérios específicos de coleta, garantindo qualidade e rastreabilidade. É nesse momento que a atuação da Funtac se faz presente, oferecendo cursos e acompanhando os processos para que a borracha chegue ao mercado com excelência.

“Como aquela comunidade trabalha com o látex nativo para a venda dessa empresa, o produto não estava com a qualidade muito aceitável e eles procuraram a Funtac dizendo que queriam melhorar essa qualidade. Então, acertamos cursos de como coletar essa matéria-prima mais limpa, resultando em um produto mais limpo e de maior valor agregado”, explica Suelem Farias, diretora técnica da Funtac.

E para reforçar ainda mais essa cadeia sustentável, no fim de junho o governo do Acre protagonizou um feito histórico: o pagamento da subvenção do murmuru diretamente na conta dos extrativistas, algo aguardado há quase três décadas.

Para atender às exigências da Veja, os extrativistas seguem critérios específicos de coleta, garantindo qualidade e rastreabilidade. Foto: Pedro Devani/Secom

A nova metodologia, respaldada pela Lei Estadual nº 1.277/1999 e oficializada pelo Decreto nº 1.564/2024, foi implementada por determinação do governador Gladson Camelí, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri).

“Essa decisão me deixou muito feliz. Criamos a divisão do subsídio para atender exclusivamente os extrativistas assim que assumi a secretaria, porque antes ela era fundida a outras áreas”, explica o secretário de Agricultura, José Luis Tchê.

Antes, o pagamento enfrentava atrasos devido a erros cadastrais. Agora, a desburocratização e parceria com o Banco do Brasil garantiram agilidade e segurança.

“Por solicitação do governador, decidimos resolver de vez a vida dos nossos extrativistas. Fizemos parceria com o Banco do Brasil e já pagamos mais de 70 extrativistas diretamente na conta. O projeto-piloto funcionou e vamos seguir nesse formato”, garante Tchê.

Por: Tácita Muniz.
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