O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou nesta segunda-feira (6) a atualização do Cadastro de Empregadores que submetem trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como “Lista Suja”. A nova versão inclui 159 empregadores, sendo 101 pessoas físicas e 58 jurídicas, um aumento de 20% em relação à atualização anterior. Entre os incluídos estão três empresários do Acre.

A “lista suja” é uma importante ferramenta de combate ao trabalho escravo no Brasil/ Foto: Ilustrativa
Os empresários acreanos listados são:
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Hudson Primo Coelho, com sede em J. J. Seabra, 178 – Casa, Centro, Esplanada/BA, e três trabalhadores envolvidos;
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João Paulo Nunes da Silva, com sede em Mato Grosso, 1529 – Setor 2, Buritis/RO, com seis trabalhadores envolvidos;
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Sandro Ferreira da Silva, da Fazenda Retiro, Rodovia 364, Km 24, Manoel Urbano/AC, com 43 trabalhadores envolvidos.
Segundo a Auditoria Fiscal do Trabalho, os casos registrados nesta atualização ocorreram entre 2020 e 2025, totalizando 1.530 trabalhadores resgatados da exploração. Os estados com maior número de inclusões foram Minas Gerais (33), São Paulo (19), Mato Grosso do Sul (13) e Bahia (12). Entre as atividades econômicas mais afetadas estão a criação de bovinos para corte (20 casos), serviços domésticos (15), cultivo de café (9) e a construção civil (8). Aproximadamente 16% das inclusões estão ligadas a atividades do meio urbano.
A “Lista Suja” é publicada semestralmente para dar transparência aos resultados das ações fiscais de combate ao trabalho escravo, que envolvem a Auditoria Fiscal do Trabalho (AFT), Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e, quando necessário, outras forças policiais.
A inclusão no Cadastro ocorre após a conclusão de processos administrativos, com garantia de contraditório e ampla defesa, e os nomes permanecem publicados por dois anos. Nesta atualização, também foram excluídos 184 empregadores que completaram esse período.
O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que atua nacionalmente, completou 30 anos em maio de 2025. Desde sua criação, mais de 68 mil trabalhadores foram resgatados e R$ 156 milhões pagos em verbas salariais e rescisórias às vítimas. As ações seguem o Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas do Trabalho Escravo, em parceria com PF, MPT, MPF e DPU.
O MTE reforça que denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo Sistema Ipê, exclusivo para este tipo de denúncia, integrado ao Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas.
Veja a lista na íntegra: