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Fundador de site de apostas se torna o bilionário mais jovem sem herança do mundo

Alguns anos depois de abandonar a Universidade de Nova York com o sonho de fazer sucesso no mundo das criptomoedas, Shayne Coplan estava tão falido que fez um inventário dos objetos em seu apartamento no Lower East Side para poder vender o que tinha e pagar o aluguel.

“Essa ideia é boa demais para existir apenas em artigos acadêmicos”, ele lembrou ter pensado em uma postagem posterior na rede social X.

Então veio a pandemia de Covid-19 — o momento perfeito, segundo ele, para desenvolver um aplicativo que permitisse às pessoas presas em casa apostar em resultados do mundo real. Coplan começou a construir a Polymarket em seu banheiro e lançou a plataforma em junho de 2020.

Não foi um caminho fácil. A postura da empresa de agir rápido e pedir permissão depois entrou repetidamente em conflito com os órgãos reguladores, que a obrigaram a proibir usuários dos Estados Unidos por anos, já que não era uma bolsa registrada. Uma semana após a eleição presidencial de 2024 — na qual os usuários da Polymarket apostaram mais de US$ 3 bilhões — o apartamento de Coplan foi invadido por agentes do FBI.

Mas agora Coplan e sua empresa estão em alta, depois que a Intercontinental Exchange (ICE), controladora da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), anunciou que investirá até US$ 2 bilhões na Polymarket, avaliando a startup em US$ 8 bilhões antes do aporte.

Esse acordo torna seu fundador, de 27 anos, o mais jovem bilionário self-made — que não é herdeiro — acompanhado pelo Índice de Bilionários da Bloomberg.

Procurado pela reportagem, um porta-voz da Polymarket recusou-se a comentar.

Os mercados de previsão, como o Polymarket, permitem que os usuários apostem nos resultados de diversos eventos, como eleições, decisões do Federal Reserve, o banco central americano, sobre cortes de juros ou até quem será a Personalidade do Ano da revista Time. Eles também estão se tornando cada vez mais populares como plataforma para apostas esportivas.

Como os mercados de previsão nos EUA são regulados pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), seus defensores argumentam que eles vendem produtos financeiros atrelados aos resultados de eventos esportivos, e não apostas esportivas em si — o que lhes permite contornar as proibições estaduais sobre jogos de azar esportivos. Além disso, essas plataformas conseguiram evitar certos impostos federais e estaduais aplicados à receita de apostas esportivas.

 
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