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Governo muda saque-aniversário, mas não altera o que precisa ser corrigido

As mudanças na antecipação do saque-aniversário do FGTS não corrigiram o principal erro da proposta criada ainda no governo Bolsonaro. A regra, instituída naquela gestão, veio acompanhada de uma punição que muita gente desconhecia: quem opta por essa modalidade e depois é demitido não tem acesso ao próprio dinheiro por dois anos. Isso é um absurdo e deveria mudar. Na época, não foi bem divulgado, muito trabalhador se deu mal. E o governo em vez de mudar essa regra draconiana, limitou o acesso ao saque-aniversário.

Algo que todo governo esquece sobre o FGTS: o dinheiro é do trabalhador. Todo mundo dá palpite sobre ele, principalmente a indústria da habitação e da indústria da construção civil, que usam o FGTS para se financiar.

Outro absurdo é que esse recurso é sub-remunerado. Ele precisa render mais, e o trabalhador deveria ter mais (e não menos) acesso a ele. Poderia haver chance de quitar e pagar uma dívida cara, com juros altos, e assim reorganizar a vida financeira.

Ao contrário do que o ministro Luiz Marinho diz, o problema não está nos saques pequenos, mas sim criar regras de acesso mais eficientes, acabar com a punição de quem faz saque-aniversário e discutir como remunerar melhor o dinheiro do trabalhador.

O governo deveria repensar a remuneração desse dinheiro em vez de tratá-lo como um recurso barato para a construção civil. Pode até ser usado como funding para a indústria, mas desde que não se esqueça quem é o dono do dinheiro.

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