Os cálculos de Valdemar Costa Neto vão na contramão da maioria dos aliados de Jair Bolsonaro quando o assunto é o futuro do ex-presidente, após o esgotamento dos recursos da trama golpista, previsto para o mês que vem.
O presidente do PL tem dito que não acredita que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinará que Bolsonaro cumpra pena em um presídio convencional, como a Papuda, no Distrito Federal. A explicação que Valdemar dá nos bastidores é que, preso em casa e com a possibilidade de receber visitas apenas com autorização judicial, Bolsonaro está sendo obrigado a submergir.
Valdemar avalia que, no cenário de uma prisão na Papuda, Bolsonaro cresceria entre a população, o que daria mais força ao seu grupo político e ao sucessor que ele escolher para representá-lo na eleição presidencial de 2026.
O presidente do PL esteve com Bolsonaro na segunda-feira (20), mas agora está proibido de fazer novas visitas ao capitão reformado. Isso porque o STF reabriu a investigação contra Valdemar no processo da tentativa de golpe de Estado.
A aliados, Valdemar não demonstrou surpresa. Ele afirmou a interlocutores que, ao ver a linha de defesa de Carlos Cesar Rocha — que questionou o fato dele não ter sido denunciado — passou a ponderar que poderia voltar a ser alvo do processo da trama golpista. Rocha é presidente do Instituto Voto Legal, que embasou o pedido do PL para recontagem de votos na eleição de 2022 e foi condenado pela Primeira Turma da Corte a sete anos e seis meses de prisão.

