A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) emitiu alertas técnicos após identificar anomalias no comportamento do cometa 3I/Atlas, descoberto pela Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN). O comunicado, divulgado pelo Minor Planet Center de Harvard, levou à ativação do protocolo de defesa planetária da agência espacial.
O objeto vem despertando interesse dos estudiosos e teóricos sobre o espaço/Foto: Reprodução
De acordo com a Nasa, o cometa apresentou variações incomuns de brilho e trajetória, que desafiam os modelos convencionais de monitoramento de corpos celestes. O fenômeno foi classificado como “inexplicável” em relatório interno, o que motivou a criação de uma força-tarefa internacional que atuará entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. O grupo reunirá especialistas em astrometria e dinâmica orbital para revisar mecanismos de observação e resposta a riscos espaciais.
Em nota divulgada na terça-feira (21), a agência explicou que o cálculo da posição de cometas é complexo devido à liberação constante de gases e poeira, que interferem nas medições. “Os cometas são sistemas dinâmicos e instáveis, com centros de brilho que nem sempre correspondem ao núcleo real. Isso cria margens de erro significativas”, informou a Nasa.
O Minor Planet Center, operado em parceria com a União Astronômica Internacional (IAU), também anunciou a realização de um workshop sobre novas técnicas de observação, com o objetivo de aprimorar a precisão dos dados e evitar interpretações prematuras sobre o 3I/Atlas.
A primeira detecção do cometa ocorreu em 1º de julho de 2025, por meio do telescópio ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert Survey System), localizado em Río Hurtado, no Chile. As análises iniciais indicam que o corpo tem origem interestelar e dimensões estimadas entre 20 e 30 quilômetros, com um núcleo rochoso de 5,6 quilômetros e massa superior a 33 bilhões de toneladas — características que o colocam entre os cometas mais massivos já observados.
Atualmente, o 3I/Atlas está a cerca de 670 milhões de quilômetros do Sol, deslocando-se a uma velocidade aproximada de 61 quilômetros por segundo. O Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) participa das análises em conjunto com centros internacionais de pesquisa para determinar a composição e a rota do objeto.
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