O Ministério Público do Acre divulgou, nesta sexta-feira (14), a 9ª edição do Anuário de Indicadores de Violência, trazendo um panorama que mistura avanços e alertas. Os números mais recentes mostram que a violência no estado continua atingindo, principalmente, a juventude. Entre 15 e 29 anos estão as faixas etárias mais afetadas, com destaque para o grupo de 20 a 24 anos, que respondeu por 18% das ocorrências tanto em 2022 quanto em 2024. Já em 2023, a maior concentração ficou entre 30 e 34 anos, faixa que alcançou 20% dos registros e se tornou o maior índice isolado da série.
Mesmo com esse recorte sensível, o estado registrou uma queda importante nos crimes violentos letais intencionais (CVLI). Em 2024, foram contabilizadas 169 vítimas número que representa uma redução de 15,5% em relação ao ano anterior. A maior parte das vítimas continua sendo formada por homens: 92% do total, contra 8% de mulheres.
O relatório também chama atenção para a dimensão racial da violência. Quase 80% das vítimas eram pessoas negras, somando-se os percentuais de pardos (71%) e pretos (8%). O levantamento ainda aponta 5% de vítimas indígenas, 4% brancas e 12% sem identificação registrada.
Para o MPAC, o cenário reforça um alerta antigo: a necessidade de ações mais direcionadas para diminuir a vulnerabilidade da população negra. “À luz do Estatuto de Igualdade Racial, que estabelece como dever do Estado a promoção de políticas de igualdade de oportunidades e a defesa dos direitos da população negra, os números reforçam a urgência de políticas públicas focalizadas”, destaca um trecho do documento.

