A arrecadação de impostos e contribuições do governo federal chegou a R$ 261,9 bilhões em outubro, segundo dados divulgados pela Receita Federal nesta segunda-feira. O valor é 0,92% maior, já descontada a inflação, do que o registrado no mesmo mês do ano passado — e é o melhor resultado para um mês de outubro desde o início da série em 1995.
De janeiro a outubro, o governo arrecadou R$ 2,36 trilhões, também o melhor desempenho para esse período.
A maior parte do crescimento em outubro vem de três fatores:
- O imposto cobrado sobre investimentos rendeu 28% a mais do que em outubro do ano passado. Isso ocorreu porque as pessoas e empresas ganharam mais com aplicações de renda fixa, fundos e juros sobre capital próprio.
- O IOF, que incide sobre crédito e câmbio, cresceu 38,8%. Uma mudança na legislação feita em junho aumentou a cobrança em algumas operações.
- O IRPJ e a CSLL, pagos pelas empresas, somaram R$ 63,3 bilhões, com alta de 5,54%. O aumento veio principalmente das empresas que declaram pelo lucro presumido e de ajustes na declaração anual.
Trabalho e salários também ajudaram
O imposto retido na fonte sobre salários cresceu 6,8%, impulsionado pelo aumento da massa salarial e pela criação de 1,7 milhão de empregos com carteira assinada até setembro.
A arrecadação da Previdência Social cresceu 2,9%, influenciada pela reoneração gradual da folha de pagamento das empresas e dos municípios.
Impostos sobre importações recuaram
A arrecadação com impostos sobre produtos importados caiu 6,43%. Isso aconteceu porque o valor importado em dólar diminuiu e o câmbio ficou mais barato.
Efeitos extraordinários afetaram a comparação
A Receita explicou que, em 2024, houve arrecadações excepcionais — como tributos sobre fundos exclusivos — que não se repetiram este ano. Sem esses fatores, o crescimento real da arrecadação acumulada no ano seria de 4,84%, acima dos 4,17% registrados oficialmente.