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Caça e pescado ilegais são apreendidos em operação do ICMBio na Resex do Alto Tarauacá

Uma ação de fiscalização ambiental realizada no final de outubro pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) resultou na apreensão de caça e pescado retirados ilegalmente da Reserva Extrativista (Resex) do Alto Tarauacá, no Acre. Os resultados da operação, batizada de “Incursio Jordão”, foram divulgados nesta quinta-feira, 13.

Segundo a equipe de fiscalização, dois caçadores tinham saído de Jordão por via fluvial e navegaram até o Igarapé São Salvador, onde permaneceram cerca de três dias caçando e pescando. Eles ultrapassaram três zonas internas da Resex até chegarem à Zona de Conservação, área destinada à mínima intervenção humana e que abriga ambientes naturais considerados de alto valor ecológico.

Os infratores retornaram à cidade no dia 30 de outubro em uma embarcação de pequeno porte, transportando um isopor de 180 litros. Ao realizar a abordagem no porto, os fiscais apreenderam cerca de 40 kg de carne de animais silvestres e pescados, todos já eviscerados.

Entre os animais abatidos estavam dois jacaretingas, um jacaré-anão, um guariba-vermelha e uma paca. Além disso, havia aproximadamente 11 kg de pescado, incluindo espécies como curimatã, piranha, traíra, piau, bodó, madalena, mandi, piaba-chata e mandi-gato.

O ICMBio lavrou dois autos de infração, um para cada caçador, totalizando R$ 13.292,40 em multas, além dos termos de destruição dos produtos apreendidos. A legislação ambiental brasileira — incluindo a Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/67) e a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) — proíbe a caça e a pesca de animais silvestres sem autorização.

Os instrumentos de gestão da própria Resex, como o Plano de Manejo e o Acordo de Gestão, também vedam a entrada na unidade com instrumentos de caça ou pesca. Há ainda regras específicas, como a proibição da pesca de exemplares juvenis e de atividades de pesca comercial dentro dos cursos d’água da unidade.

Criada em 2000, a Resex do Alto Tarauacá abrange 154.133 hectares de floresta amazônica nos municípios de Jordão e Tarauacá. A unidade protege a biodiversidade local, assegura o uso sustentável dos recursos naturais por populações extrativistas e contribui para o enfrentamento de atividades como a retirada ilegal de madeira de alto valor, como cedro e mogno.

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