A poucos dias da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes do município de Rodrigues Alves, no interior do Acre, se deparam com mais uma barreira no caminho rumo ao ensino superior. Sem atingir o número mínimo de inscritos exigido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a cidade ficou fora da lista de locais de prova em 2025, obrigando os candidatos a se deslocarem até Cruzeiro do Sul, município vizinho e sede mais próxima com estrutura para receber o exame.
A decisão impacta especialmente os alunos da zona rural e das comunidades ribeirinhas, que precisarão sair de casa ainda de madrugada para chegar aos locais de prova nos dias 9 e 16 de novembro. E a logística é desafiadora: muitos enfrentarão trajetos que combinam transporte terrestre, fluvial e até aéreo, em uma região marcada por rios extensos e estradas precárias.
Diante disso, para garantir a segurança e o transporte das provas, a Polícia Militar do Acre montou uma operação que contempla os diferentes modais de deslocamento, respeitando as características geográficas do Vale do Juruá. Cruzeiro do Sul contará com 15 pontos de aplicação, enquanto outras cidades da região — como Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter — também receberão candidatos, totalizando cerca de 5.500 participantes.
Portanto, a exclusão de Rodrigues Alves dos locais de prova revela não apenas um desafio logístico, mas também uma questão estrutural que exige atenção contínua das autoridades educacionais.

