O cinema acreano voltou a ganhar projeção nacional na últma terça-feira (18), após o BNDES divulgar a lista dos 25 longas-metragens selecionados no edital de audiovisual de 2025. Entre as produções contempladas está “Yellow Cake”, filme do Acre que integra a categoria Selecionado em Festival, ao lado de outras quatro obras de diferentes regiões do país.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social estava há nove anos sem liberar recursos para o audiovisual e retorna aportando em cada projeto R$ 600 mil, totalizando R$ 15 milhões em investimentos. O edital financia etapas de pós-produção e comercialização, exigindo que os filmes sejam lançados até dezembro de 2026, em cinemas ou plataformas de streaming.
Produção do Acre integra lista de 25 longas que receberão apoio para pós-produção/Foto: Reprodução
A inclusão do longa acreano na lista mostra uma proposta de descentralizar narrativas e incentivar produções fora dos grandes centros. “Yellow Cake”, da TM Produções Artísticas e Audiovisuais, agora integra um grupo seleto de obras que circularam em festivais e demonstraram relevância artística e potencial de alcance nacional.
Além do filme acreano, a lista reúne projetos de todos os cantos do país, incluindo títulos de grande visibilidade, como “Deus Ainda É Brasileiro”, obra póstuma de Cacá Diegues ( continuação do clássico de 2003) e o documentário “Raoni – A Voz da Floresta”, que retrata a trajetória de uma das maiores lideranças indígenas do Brasil.
As cinco categorias contempladas: ficção grande público, ficção destaque de crítica, documentário, animação e selecionado em festival, receberam cinco projetos cada. A seleção abrange desde obras com forte apelo comercial até produções de perfil artístico e temáticas urgentes, como identidades brasileiras, questões ambientais e memória coletiva.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a retomada do apoio ao setor audiovisual representa mais que um investimento econômico: é também uma política de afirmação cultural. “São projetos que debatem temas urgentes da sociedade brasileira, promovem a diversidade de narrativas, a descentralização de histórias e a projeção internacional da nossa produção audiovisual”, afirmou.
Com “Yellow Cake” entre os escolhidos, o Acre fortalece sua presença no cenário cinematográfico nacional e amplia ainda mais a visibilidade da produção audiovisual da região, que vem crescendo nos últimos anos. A expectativa agora é pela estreia dos filmes, que devem chegar ao grande público nos próximos dois anos.


