O comportamento dos técnicos Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira em relação ao treinador da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, repercutiu na imprensa internacional. Logo após o ocorrido, os jornais mundiais ficaram espantados com as declarações e, inclusive, o jornal Olé, da Argentina, chamou o momento de “constragendor”.
“Inacreditável: O campeão mundial com o Brasil criticou a presença de treinadores estrangeiros à frente de Ancelotti”, escreveu o jornal Olé na manchete. “Com sua autocrítica, Emerson Leão criou um momento constrangedor no Rio de Janeiro. E houve outro em seguida”, continuou o portal.
Ainda na Argentina, o portal Infobae descreveu a situação como um momento em que “o envergonharam”, destacando a fala de Emerson Leão. Segundo o portal, as imagens do fórum “não passaram despercebidas e geraram debate no país”.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/I/d/W1OlpZQoiIyJkdEVTAtw/infobae.png)
“Eles o envergonharam: o momento constrangedor que Ancelotti viveu devido às duras críticas de uma lenda brasileira.”, escreveu o portal.
Carlo Ancelotti prestigiou o 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol, realizado nesta terça-feira, na sede da CBF. Mas, em cima do palco ao lado de técnicos em atividade e já aposentados, protagonizou um episódio que repercutiu negativamente. Na sua frente, Emerson Leão fez um desabafo contra o que chamou de “invasão” de profissionais estrangeiros no país.
Campeão do mundo em 1970 pela seleção como jogador e brasileiro como técnico por Sport (1987) e Santos (2002), Leão disse que não gosta de treinadores estrangeiros “no meu país”. Em seguida, ele faz um mea culpa e afirma que os próprios técnicos nacionais são responsáveis por este cenário.
— Eu sempre disse que não gosto de treinadores estrangeiros no meu país, e isso serve para o Mancini, que é o presidente (da Federação Brasileira de Treinadores). Estou falando aqui na frente da nossa casa. Antes eu falava que eu não suportava, não suportaria treinadores (estrangeiros). Você sabe que eu já falei isso, né, Zé (Mário, ex-jogador e ex-treinador presente no evento)? Você sabe que eu já falei isso e não minto. Não mudo a minha opinião. Mas tenho que ser inteligente o suficiente pra dizer que isso tudo tem um culpado. Nós. Nós, treinadores, somos culpados da invasão de outros treinadores que não têm nada a ver com isso. Não estamos falando de nome, não estamos falando de nacionalidade. Estamos falando de erro nosso — desabafou Leão, para em seguida, de forma confusa, dizer que “mudou de ideia neste exato momento”:
— Eu já parei. Eu não sou mais treinador, não sou mais atleta. Mas continuo dando a minha colaboração quando solicitado. Portanto, mudei de ideia neste exato momento. Quero falar a você, Vagner. Já fui presidente de sindicato, de tudo. Vagner, pode contar comigo com toda a colaboração que você precisar de um treinador antigo para passar algumas coisas para o jovem. Tem o Zé Mário também, que é meu companheiro. Eu vejo vários companheiros aqui. E muitos novos que eu não conheço. Inclusive, ex-jogadores que trabalharam comigo que eu não reconheço.
Também chamado a discursar no palco, Oswaldo de Oliveira retomou o tema levantado por Leão. Embora não tenha se preocupado em soar preconceituoso, o técnico campeão brasileiro (1999) e do mundo (2000) com o Corinthians procurou ser mais gentil com Ancelotti e lembrou de um episódio em que dividiu um ônibus com ele.
— Como o Leão falou, eu também sou favorável à presença dos treinadores brasileiros tanto no clubes quanto na seleção. Mas confesso a vocês que “não tem jeito”, se tivesse que ser, torci para ser esse senhor. “Não tem jeito”. Então que seja o Carlo Ancelotti. Pelo jogador que foi e pelo treinador que é. Ganhador de títulos e um cara que trabalhou com todos os jogadores brasileiros na Europa. E tem um fato, Carlo, que aconteceu em 2007, no Japão. Milan contra Boca Juniors na final do Mundial. Eu fui com o meu auxiliar assistir a este jogo no Japão. Sentei para esperar o ônibus que ia nos levar ao estádio, onde fui campeão três vezes, e daqui a pouco entrou o pessoal da delegação. Carlo Ancelotti sentou ao meu lado. Ele não lembra disso, claro. Não falamos nada, mas foi uma vez em que estivemos juntos no Japão. E vi Kaká, Cafú, aquela turma boa para caramba…


/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/U/y/yGAIbEQWCEhcrlA1OeMA/ole-ancelotti.png)