O acesso do Clube do Remo à Série A do Campeonato Brasileiro em 2026 fez os apaixonados por futebol sentirem um calor no coração. Afinal, um time nortista, cheio de tradição, com uma torcida imensa, estar na elite do futebol é um desafio ao impossível neste país continental.
Torcedores do Remo de todo o Brasil estão em festa e histórias como a de Junior Calixto, de 30 anos, servidor estadual, que vive em Rio Branco e guarda uma relação afetiva profunda com o time paraense, mostram que a paixão pelo Leão Azul pode atravessar décadas e fronteiras

Remo conquistou acesso à serie A com 4º lugar/Foto: GE
Acreano “do Pé Rachado”, como ele faz questão de destacar, Junior conta que a relação azulina começou ainda na infância, por volta de 2003/2004, quando um amigo paraense recém-chegado ao bairro apresentou o Clube do Remo a ele. “Eu não conhecia bem o futebol da nossa região Norte. Não tinha dimensão do quão era historicamente forte. E ele me mostrou o time do coração dele. A festa, o fanatismo e a devoção me ganharam na hora”, relembra. Os dois torciam juntos ouvindo os jogos pela Rádio Clube do Pará e acompanhando os VTs no fim do dia.
História de Junior Calixto mostra o quanto o amor pelo Leão Azul resiste ao tempo/Foto: Cedida
Com o avanço da internet e da TV por assinatura, acompanhar o time à distância ficou mais fácil. Junior afirma que hoje basta “um clique” para estar por dentro de tudo relacionado ao Leão. Além disso, destaca a força da torcida azulina na internet, sempre engajada em transmissões, debates e mobilizações.
Apesar da longa trajetória de altos e baixos, Junior nunca deixou de acreditar no retorno à elite do futebol brasileiro. Ele lembra o período mais difícil, a partir de 2008, quando o Remo viveu crise institucional, ficou sem divisão e sem calendário. “Foram muitas frustrações, mas eu e meu amigo Júlio Martins dizíamos que o clube ia dar a volta por cima. O Remo é pra quem acredita!”, afirma. Para ele, ver o time alcançar o acesso após tantos anos é a prova da grandeza e da força da torcida azulina.
Para 2026, expectativa é realizar o sonho de ver o Remo nos maiores palcos do Brasil/Foto: Cedida
Sobre o sentimento que o acompanhou nessa campanha histórica, Junior encontra uma palavra que tenta dar conta do impossível: “surreal”. Ele relembra que “nem o mais otimista dos remistas esperava”. A Série B, segundo ele, foi um terreno de tempestades e claridades, “cheia de altos e baixos”, até que os primeiros sinais de esperança começaram a surgir. Foi quando a fé azulina se ergueu como maré. “A torcida abraçou o time como nunca. Com os erros e acertos do Marcos Braz e a inteligência do Guto Ferreira, não desistimos do sonho e se concretizou num dos cenários mais difíceis”, diz, como quem ainda contempla o improvável.
“A ficha ainda não caiu que estamos na Série A!”, celebra, como quem ainda sente o coração bater diferente | Foto: GE
Para 2026, Junior já fala com os olhos de quem vê o futuro iluminado: “Vai ser a realização de um sonho assistir o Remo no Mangueirão ou até no Maracanã enfrentando os times da elite.” E, quando precisa puxar da memória os instantes que o marcaram. ele recorda o título da Série C de 2005, celebrado ao som do rádio, e a vitória do último sábado (23), quando o Remo venceu o Goiás por 3 a 1. “A ficha ainda não caiu que estamos na Série A!”, celebra, como quem ainda sente o coração bater diferente.