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143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio

Por Redação Juruá em Tempo.28 de dezembro de 20256 Minutos de Leitura
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Rio Branco completa 143 anos de fundação neste domingo, 28. A capital acreana é a 4ª capital mais antiga da região norte do Brasil, após Belém, Manaus e Macapá e carrega uma curiosidade histórica que ajuda a explicar muito do que a cidade é hoje: o local onde tudo começou deveria ser o Primeiro Distrito, mas acabou se tornando o Segundo.

A explicação vem do processo de formação urbana iniciado em 1882, com a fundação do Seringal Volta da Empreza, na margem direita do rio, área que hoje corresponde ao Segundo Distrito. Foi ali, na região da Gameleira, que nasceu o núcleo urbano que deu origem à Vila Rio Branco e, mais tarde, à capital do Acre.

Para entender melhor essa história, marcada por disputas de poder e desigualdades que se refletem até hoje na cidade, o portal A GAZETA conversou com o historiador Marcos Vinicius.

“Por que a cidade começa lá e aquele lado é chamado de Segundo Distrito? E o lado mais novo virou Primeiro? Isso é resultado direto das relações de poder político e econômico”, explica o historiador.

143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio
Margens do rio Acre – ao atravessar a cidade de Rio Branco, o rio divide-a em dois distritos. Foto: Arquivo/Biblioteca do IBGE

Da Gameleira à capital 

Segundo o historiador, a data oficial de aniversário de Rio Branco está diretamente ligada à chegada dos primeiros seringalistas e comerciantes ao Seringal Volta da Empreza, fundado em 28 de dezembro de 1882 pelo cearense Neutel Maia. Diferente de outros seringais, o local rapidamente se tornou um porto estratégico, impulsionado pelo comércio e pela navegação no rio Acre.

“O vale do rio Acre, que era o rio mais produtivo, tinha sido povoado mais cedo, com mais povoamento, produzia mais borracha, portanto, arrecadava mais impostos”, destaca Marcos Vinicius.

Durante esse primeiro momento, toda a cidade estava localizada no lado direito do rio, onde surgiram os primeiros arruamentos, bairros onde moravam os operários e ficavam as áreas comerciais. Foi também o lado que foi palco de momentos importantes da Revolução Acreana.

143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio
Porto da Gameleira era o lugar onde os barcos atracavam para embarque e desembarque de carga e passageiros Foto: Arquivo/Biblioteca do IBGE

Uma cidade dividida 

A mudança ocorre a partir de 1908, quando o então prefeito departamental do Alto Acre, desapropria terras na margem esquerda do Rio Acre e funda a cidade de Penápolis, pensada como novo centro administrativo. Apesar de mais jovem, o local reunia as condições políticas e simbólicas do poder. 

“Era o lado oficial, onde estava o governo, onde morava o prefeito departamental, depois o bispo. Não ficava bem o governador morar no Segundo Distrito. Ele precisava morar no Primeiro, essa desigualdade social, é um fator que sempre foi relevante na formação da cidade”, afirma o historiador. 

Com a unificação dos dois lados da cidade, Penápolis acabou incorporada a Rio Branco, se tornando o Primeiro Distrito, enquanto onde a cidade teve início passou a ser chamado de Segundo. Para Marcos Vinicius, a decisão nunca foi apenas geográfica. 

“O pessoal do lado de lá nunca se conformou, porque foi uma injustiça. Mas pesou o poder político e econômico dos proprietários de terra e das autoridades”, ressalta. 

143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio
Rua 1º de Maio em uma das maiores alagações do Rio Acre Foto: Arquivo/Biblioteca do IBGE

Desigualdade como herança urbana 

Essa divisão inicial deixou marcas profundas na organização da cidade, visíveis até hoje. Muitos bairros periféricos, sobretudo no Segundo Distrito, foram ocupados por trabalhadores e famílias mais pobres, boa parte em áreas alagáveis e sem infraestrutura. 

“Não é culpa dos trabalhadores morarem em áreas de risco. Foi a história que empurrou essas pessoas para esses espaços menos nobres. A formação de Rio Branco é marcada por tensões”, pontua Marcos Vinicius. 

143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio
O antigo prédio da agência dos Correios e Telégrafos Foto: Arquivo/Biblioteca do IBGE

O que eram os departamentos  

Quando o Acre foi incorporado ao Brasil, após o Tratado de Petrópolis, em 1903, o território passou a ser administrado diretamente pelo governo brasileiro e foi dividido em departamentos, uma forma de organização político-administrativa semelhante a pequenos governos regionais. Cada departamento possuía autonomia administrativa e era comandado por um prefeito departamental, nomeado pelo governo federal. 

Inicialmente, o Acre foi dividido em três departamentos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruá. Após a Revolta Autonomista de 1910, o governo federal criou um quarto departamento, o Alto Tarauacá, reduzindo o território do Alto Juruá como forma de retaliação política. 

O Departamento do Alto Acre, cuja sede era Rio Branco, destacava-se como o mais forte economicamente. A região concentrava a maior produção de borracha do território, maior arrecadação de impostos e reunia as principais lideranças políticas da época. 

143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio
Construída entre os anos 1930 e 1948, a Praça General Dutra é a segunda principal praça da cidade Foto: Arquivo/Biblioteca do IBGE

A escolha da capital 

A definição de Rio Branco como capital do Acre também passou por disputas. Quando a região se tornou território federal, no início do século XX. Quando o governo decidiu unificar a administração, a primeira opção para capital era Sena Madureira, por sua posição geográfica mais central. 

“Tudo indicava que Sena Madureira seria a capital. O bispo foi para lá, instalaram Correios, Tribunal, repartições federais”, conta o historiador. 

A decisão mudou por um motivo recorrente na história acreana: economia e poder político. O Vale do Rio Acre concentrava maior produção de borracha, arrecadação de impostos e lideranças políticas. 

“Em 1920, quando o território foi unificado, a capital acabou sendo Rio Branco por ser mais rica e politicamente mais forte. Mais uma vez, pesou o fator econômico”, explica.

143 anos de Rio Branco: a capital que nasceu do “lado errado” do rio
O Palácio Rio Branco, sede do Governo do Acre, iniciou sua construção na década de 1920. Seu projeto foi elaborado pelo arquiteto alemão Alberto Massler, inspirado das edificações gregas Foto: Arquivo/Biblioteca do IBGE

A personalidade do Acre 

Ao completar 143 anos, Rio Branco segue sendo a principal referência urbana do estado, concentrando cerca de metade da população acreana. Para Marcos Vinicius, a capital carrega em si as contradições e características de todo o Acre. 

“Eu costumo dizer que a cidade é como uma pessoa, tem personalidade. Rio Branco é uma síntese do Acre. Ela reúne traços de todos os municípios, com suas contradições, desigualdades e sua força”, conclui. 

Por: Ranelly Yasmim.
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