O Acre voltou a registrar nove mortes decorrentes de intervenções policiais entre janeiro e novembro de 2025, repetindo o total verificado no mesmo período do ano anterior, segundo dados do Ministério Público do Acre (MPAC). Os números revelam ainda que todas as vítimas eram homens e a faixa etária mais atingida foi a de adolescentes e jovens, especialmente entre 15 e 19 anos.
Em comparação com 2024, o total de vítimas permaneceu estável, mas o número de ocorrências aumentou, passando de seis para oito casos em 2025. A maior parte das mortes ocorreu durante ações da Polícia Militar, responsável por oito dos nove registros no ano mais recente. A Polícia Civil aparece em apenas uma ocorrência.
O perfil das vítimas não apresentou mudanças significativas. Em ambos os anos, 100% dos mortos eram do sexo masculino. A faixa etária de 15 a 19 anos concentrou três vítimas em 2025, o que representa um terço do total. As demais mortes ficaram distribuídas entre adultos de 25 a 59 anos, com um caso em cada faixa etária.
Quanto à situação dos agentes, os dados indicam que, na maioria absoluta das ocorrências, os policiais estavam em serviço no momento das intervenções. Em 2025, oito dos nove casos envolveram agentes em horário de trabalho, enquanto apenas um ocorreu com policial fora de serviço — cenário idêntico ao registrado em 2024.
Madrugada e fim de semana concentram casos
As circunstâncias das mortes revelam períodos críticos. Em 2025, as intervenções letais se dividiram principalmente entre a madrugada e a noite, que juntas somaram dois terços dos casos. Os fins de semana também concentraram a maior parte das ocorrências, com destaque para os sábados.
O comparativo com 2024 mostra uma mudança no padrão de horário. No ano anterior, a maioria das mortes ocorreu pela manhã, enquanto em 2025 houve uma migração para períodos noturnos, tradicionalmente associados a maior tensão nas ações policiais.