O Acre está sob alerta máximo devido à exposição de seus trabalhadores a agentes químicos perigosos. Dados do Boletim Epidemiológico – Volume 56, nº 19, do Ministério da Saúde revelam que o estado possui o segundo maior coeficiente de incidência de intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho de todo o país no primeiro semestre de 2025.
O coeficiente alarmante do Acre é de 19,2 casos por 100 mil trabalhadores, resultado de 61 notificações no período analisado.
O risco do “envenenamento químico”
O termo Intoxicações Exógenas Relacionadas ao Trabalho refere-se a todos os casos de envenenamento ou contaminação causados pela exposição, absorção, ingestão ou inalação de substâncias químicas perigosas, como pesticidas, agrotóxicos, solventes, metais pesados e outros produtos químicos utilizados no ambiente laboral.
No ranking nacional, o Acre está atrás apenas do Espírito Santo (20,9 por 100 mil trabalhadores) em termos de incidência, superando grandes estados industrializados. Este índice é um forte indicador de que uma parcela significativa da força de trabalho acreana está vulnerável à manipulação ou contato desprotegido com insumos tóxicos.
Causas e implicações
Embora o boletim não detalhe os setores exatos, a alta taxa de intoxicações na Região Norte frequentemente está associada a atividades como:
- Agricultura e agropecuária: o uso inadequado de agrotóxicos e defensivos agrícolas, sem o equipamento de proteção individual (EPI) correto.
- Setor primário: exposição a produtos químicos na extração mineral ou madeireira.
A alta incidência de intoxicações exógenas pode resultar em danos permanentes à saúde, como problemas neurológicos, renais e respiratórios.
As intoxicações exógenas representam a segunda maior causa de agravos no trabalho no Acre, contribuindo significativamente para a incidência total de Doenças e Agravos Relacionados ao Trabalho (DART), que atingiu 516,9 por 100 mil trabalhadores — o maior índice da Região Norte, exceto Roraima.

