Um em cada cinco quilos de carne bovina produzida em todo o mundo sai de uma fazenda localizada no Brasil. Em 2025, o Brasil superou os Estados Unidos e se tornou o maior produtor de carne bovina do planeta, com uma produção de 12,35 milhões de toneladas este ano.
E o reconhecimento do feito veio do próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em seu último relatório sobre o comércio global de proteínas, que colocou o Brasil no topo do ranking mundial pela primeira vez na história. Agora, os Estados Unidos passam a ocupar a segunda colocação, com uma oferta anual de 11,81 milhões de toneladas.
Assim, a participação do Brasil na produção mundial de carne bovina que em 2015 era de 15,8% passou para os atuais 20% em 2025. Já os Estados Unidos mantiveram sua participação praticamente estável, passando de 18,1% para 19,1% no mesmo período.

Por que o Brasil está produzindo mais
Essencialmente, dois fatores explicam a conjuntura atual. O primeiro vem do próprio Brasil. Nos últimos cinco anos, o abate de bovinos vem crescendo sistematicamente diante do aumento da disponibilidade de animais por parte dos pecuaristas, em especial de fêmeas.
Em 2024, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contabilizou um abate recorde de 39,2 milhões de cabeças em todo o país. O número representou um crescimento de 15% em comparação a 2023 e superou em quase 5 milhões de cabeças o recorde registrado em 2013.
Desse total, 16,9 milhões foram de fêmeas, número que representou um crescimento de 19% em comparação a 2023. O desempenho também representou um recorde para a pecuária nacional.
Aliado ao crescimento do número de cabeças enviadas aos frigoríficos está o fato de os animais estarem sendo abatidos com mais peso. Se em 2015 cada cabeça abatida produzia pouco mais de 240 quilos de carne, hoje, o mesmo animal produz mais de 260 quilos
Esse ganho de peso por cabeça reflete os investimentos feitos pelos pecuaristas em genética e também na alimentação. Antes criados essencialmente comendo capim, os animais do rebanho brasileiro estão se dividindo entre as pastagens e o confinamento, o que permite uma engorda mais rápida em um espaço de tempo menor.
Nos Estados Unidos, os pecuaristas americanos vem registrando uma queda na disponibilidade de animais para abate. Isso porque, os baixos preços registrados há alguns anos levaram os produtores a venderem suas matrizes. Sem fêmeas para gerarem novos bezerros, a oferta de animais caiu, o que reduziu a produção de carne, por consequência.