O União Brasil começa a exibir na quarta-feira, 10, inserções nacionais de propaganda protagonizadas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, na televisão. No vídeo de 30 segundos, obtido pela IstoÉ, Caiado escolheu defender a bandeira da segurança pública.
“Essa é uma caneta igual à que o presidente da República tem. Ela é mais poderosa do que qualquer fuzil, de qualquer traficante. Eu sei disso porque também tenho essa arma para governar. A diferença é que a minha eu uso”, diz o governador, que conclui defendendo “mão firme contra a bandidagem“. A escolha reflete a estratégia de rivalizar com o presidente Lula (PT) em uma das áreas mais sensíveis para o governo.
Após a megaoperação contra o Comando Vermelho que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, o goiano e outros governadores de oposição se reuniram em apoio às ações de Cláudio Castro (PL-RJ), que passou a ser melhor avaliado no combate à criminalidade do que o petista.
A luta interna de Caiado
Embora o objetivo das inserções televisivas seja divulgar os partidos, não pedir votos para as eleições, as legendas costumam testar estratégias para o pleito. No caso do União Brasil, 10 peças nacionais terão Caiado como protagonista, fruto de negociação descrita como “uma luta” por fontes ligadas ao governador.
O goiano é pré-candidato à Presidência desde abril, mas enfrenta resistências internas para ter a participação garantida no pleito. Com composição heterogênea, o partido anunciou uma federação com o PP, tem ministros no governo Lula que defendem o apoio a sua reeleição e, por outro lado, entusiastas de que Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, concorra ao Palácio do Planalto. A indefinição já levou siglas como o Solidariedade a manifestarem o desejo de bancar a candidatura de Caiado.
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, condenado e preso por uma tentativa de golpe de Estado, o governador defende que a oposição concorra dividida no primeiro turno contra Lula. Além da sua, estão colocadas no campo as pré-candidaturas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Renan Santos (Missão), e mais recentemente, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou estar disposto a abandonar o pleito caso o pai esteja “livre e nas urnas” em 2026.

