A Polícia Civil do Acre, por meio do Núcleo Especializado em Investigação Criminal (NEIC), cumpriu na tarde desta sexta-feira (12) dois mandados de prisão que representam avanços significativos nas investigações sobre o assassinato do jovem João Victor da Silva Borges, de 20 anos. O crime ocorreu no início de março de 2025, em Cruzeiro do Sul.
Um dos presos é apontado como mais um dos envolvidos diretamente na execução do crime. Com a prisão realizada nesta sexta-feira, sobe para 16 o número de pessoas detidas suspeitas de participação no sequestro, tortura e assassinato do jovem, cujo corpo foi localizado em uma área de mata, apresentando sinais de extrema violência.
Na mesma operação, os investigadores também efetuaram a prisão em flagrante de um homem identificado como integrante do braço financeiro de uma organização criminosa com atuação na região do Juruá. Segundo a Polícia Civil, o suspeito teria papel estratégico no suporte às atividades do grupo criminoso.
Os dois detidos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Cruzeiro do Sul, onde permanecem à disposição da Justiça. As investigações seguem em andamento sob a coordenação do delegado Heverton Carvalho. A Polícia Civil informou ainda que novas prisões não estão descartadas nos próximos dias, à medida que o trabalho investigativo avança.
Relembre o caso
Em 8 de março, João Vitor desapareceu após sair de casa sem avisar para onde ia, em Cruzeiro do Sul. Seu corpo foi encontrado três dias depois.
Investigações da Polícia Civil sugerem que João Vitor pode ter sido assassinado por ter imobilizado Gabriel Farias da Cruz durante uma abordagem da Polícia Militar (PM-AC) no Centro de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, cerca de um mês antes do crime. A abordagem foi filmada por populares.
As imagens mostram João Vitor aplicando um ‘mata-leão’ em Gabriel, que estava deitado na rua. Algumas pessoas se aproximam e conseguem separar os dois.
Na época, a Polícia Civil não encontrou nada de irregular com Gabriel Farias da Cruz e ele foi liberado.
No entanto, após ser solto, Gabriel teria cobrado da facção criminosa uma punição pelo comportamento de João Vitor. Segundo o boletim da Polícia Civil, essa cobrança teria desencadeado as ações criminosas que culminaram na morte de João Vitor.
Conforme o boletim, João Vitor foi chamado por sua amiga para conversar com algumas pessoas e levado em um carro de aplicativo até o bairro Cohab. No depoimento, Maria Francisca confessou que a ordem para matar João Vitor partiu de um integrante do conselho rotativo da organização criminosa.
Ainda no local do crime, João Vitor foi ‘julgado pelo tribunal do crime’ por videochamada com outros criminosos, que determinaram sua morte imediata.
Maria Francisca afirmou ter se retirado do local antes do assassinato de João Vitor. A polícia confirma que ela se afastou e não presenciou a execução.
O corpo de João Vitor foi descoberto durante a Operação Oráculo, uma investigação da Polícia Militar para determinar seu paradeiro. Devido ao avançado estado de decomposição, o corpo foi levado diretamente do IML para o Cemitério Jardim da Paz, sem passar pelo necrotério.
