O grande atrativo para o Flamengo nesta Copa Intercontinental é a possibilidade de enfrentar o campeão europeu Paris Saint-Germain na final. Antes de pensar nisso, porém, há dois jogos a serem cumpridos. Diferentemente do antigo Mundial de Clubes, o formato de torneio anual inaugurado pela Fifa no ano passado obriga o vencedor da Libertadores a se classificar duas vezes para ir à decisão. Neste ano, os adversários no caminho da equipe de Filipe Luís são o Cruz Azul (México) e o Pyramids (Egito).
O tradicional clube mexicano é o adversário de amanhã na estreia do torneio disputado no Catar. Flamengo e Cruz Azul se enfrentam a partir das 14h (horário de Brasília) no Dérbi das Américas, com o vencedor se classificando para encarar o Pyramids, neste sábado (13). Quem ganhar a chamada Challenger Cup garantirá lugar na final contra o PSG, no dia 17.
O nascimento da Copa do Mundo de Clubes, da qual o Flamengo participou no meio deste ano nos Estados Unidos, fez a Fifa repaginar o antigo Mundial. Naquele formato, europeus e sul-americanos começavam direto na semifinal, mas agora o vencedor da Champions só joga a decisão, enquanto os representantes do nosso continente deram um “passo atrás”. O que não muda é o que o torneio segue reunindo todos os campeões continentais vigentes.
Grande sob incógnita
O Cruz Azul conquistou o heptacampeonato da Concachampions no início de junho ao golear o Vancouver Whitecaps, do Canadá, por 5 a 0 na final. Durante a campanha, ainda eliminou o grande rival América, o conterrâneo Tigres e o americano Seattle Sounders, outro participante da Copa do Mundo de Clubes.
Porém, o momento atual não é dos melhores sob o comando do treinador argentino Nicolás Larcamón, que assumiu o cargo após o título continental. No último domingo, a chamada “La Máquina” foi eliminada pelo Tigres na semifinal do Apertura Mexicano e perdeu o zagueiro titular Jesús Orozco com grave lesão no tornozelo direito. A delegação chegou ao Catar após o Flamengo, o que pode compensar a diferença física por conta da quantidade de jogos neste ano — 75 do rubro-negro contra 54 dos mexicanos.
— O Cruz Azul chega animicamente abalado pela eliminação. É uma equipe que sempre tem altas expectativas, e não atingi-las, obviamente, afeta seu moral — pontua o jornalista esportivo mexicano Rubén Ortega. — Precisa ir precavido, mas sem medo, sabendo que enfrentará um grande time como o Flamengo, mas ciente de que tem um grande elenco. Eles têm ótimos jogadores de criação e, se estiverem em uma boa noite, podem pensar em avançar.
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Apesar da eliminação na semifinal, a equipe da Cidade do México ficou em terceiro na classificação geral e tem uma organização tática compacta e um plano de jogo claro, segundo Ortega. O meio-campo é o ponto forte, com os mexicanos Carlos Rodríguez e Jeremy Márquez e os argentinos Lorenzo Faravelli e José Paradela. O ataque é comandado pelo uruguaio Gabriel Fernández.
Além disso, as grandes equipes do futebol mexicano contam com elencos valiosos e competitivos, e isso ficou claro no último Intercontinental, quando o Pachuca eliminou o Botafogo com uma vitória por 3 a 0. Com golpes rápidos e um fôlego maior, não deu chances ao alvinegro.
— O Cruz Azul busca fazer história. É um dos maiores clubes do México e está ansioso para alcançar feitos maiores e consolidar a reputação no cenário internacional. A possibilidade de enfrentar o PSG é uma grande motivação, mas é claro que tem muito respeito pelo Flamengo — ressalta Ortega.
Projeto ambicioso
Caso supere os mexicanos, o Flamengo terá pela frente o Pyramids. A equipe do Cairo é bem jovem, fundada em 2008, mas carrega 17 anos de um projeto ambicioso que já contratou vários brasileiros e mantém um dos melhores elencos do futebol local. No início de junho, atingiu seu auge ao conquistar sua primeira Liga dos Campeões da África, em final contra o sul-africano Mamelodi Sundowns, também participante da Copa do Mundo de Clubes.
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Os egípcios deram o pontapé inicial no Intercontinental ao eliminarem o Auckland City (Nova Zelândia) e o Al Ahli (Arábia Saudita), em jogos realizados em junho e setembro, respectivamente, pela chamada Copa África-Ásia-Pacífico. O treinador croata Krunoslav Jurcic chegou em 2023 e conhece bem um grupo liderado pelo atacante congolês Fiston Mayele e pelo meia marroquino Walid El Karti.
— O Pyramids tem jogadores excepcionais e um elenco forte. Acredito que eles são capazes de chegar à final se mantiverem o desempenho atual. Não é nada fácil e requer um esforço extra, além de disciplina tática. Mas tudo é possível — analisa o jornalista egípcio Magdy Salama, do Alqaheranews. — O jogo com Flamengo ou Cruz Azul não será fácil, pois qualquer equipe que chega a essa fase demonstra sua força, mas acredito que a experiência será decisiva.
Vice-líder do campeonato egípcio após 12 jogos, o Pyramids ainda fará um jogo antes de ir ao Catar. Hoje, às 15h (de Brasília), estreia na Copa da Liga do Egito contra o National Bank. Boa oportunidade para rubro-negros observarem o possível oponente.

