A mudança na tabela do Imposto de Renda, que entra em vigor em 2026, deve aliviar significativamente o orçamento de professores da educação básica no Acre. Com a nova regra, profissionais que recebem até R$ 5 mil mensais ficarão totalmente isentos do tributo, enquanto salários de até R$ 7.350 contarão com redução progressiva da cobrança.
Levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o impacto da medida no estado será expressivo. Antes da alteração, apenas 12,7% dos docentes acreanos não pagavam Imposto de Renda. Com a nova faixa de isenção, esse percentual salta para 47,5%, quase metade da categoria.
Além dos totalmente isentos, outros 27,5% dos professores da educação básica no Acre passarão a pagar menos imposto, já que se enquadram na faixa de renda com alíquotas reduzidas. Como consequência, o número de docentes submetidos à alíquota máxima de 27,5% cai de 56,9% para 25%.
No cenário nacional, a ampliação da isenção deve alcançar cerca de 620 mil professores, que deixarão de recolher Imposto de Renda. O estudo mostra que, em todo o país, a proporção de docentes totalmente isentos mais do que dobra, passando de 19,7% para 51,6%. Outros 21,9% entram na faixa de redução tributária.
Somando os profissionais beneficiados com isenção total e aqueles que terão diminuição do imposto, aproximadamente 73,5% dos professores da educação básica no Brasil passarão a ter aumento na renda líquida mensal. O impacto é considerado ainda mais relevante para quem recebe valores próximos ao piso nacional do magistério, fixado em R$ 4.867,77 para 2025.
Segundo o coordenador de educação do Ipea, Paulo Nascimento, antes da mudança muitos desses profissionais eram tributados pela alíquota máxima. “Com a isenção até R$ 5 mil, esses docentes deixam de pagar Imposto de Renda sobre esse salário”, explica. A estimativa é de um ganho médio anual de R$ 5.079,84, valor próximo a um salário extra ao longo do ano.
A nova regra também beneficia professores com mais de um vínculo profissional. Entre aqueles com apenas um vínculo e rendimentos mais baixos, 60,7% passam a ser totalmente isentos e 21,1% terão redução da carga tributária. Já entre docentes com múltiplos vínculos, que representam cerca de 17,5% da categoria, 32,3% ficarão isentos e 26,1% terão desconto no imposto. Entre os que acumulam outra atividade fora da docência, 40,2% deixam de pagar IR e 20,9% terão redução no valor recolhido.

