O Rio Acre registrou, nesta quarta-feira, 31, 14,88 metros, apontando o primeiro recuo mais expressivo após dias de avanço contínuo das águas em Rio Branco. A redução foi de 50 centímetros em pouco mais de 24 horas, ainda de acordo com informações divulgadas pela Defesa Civil Municipal. Os dados são das 5h16.
Na terça-feira, 30, o rio iniciou o dia com 15,38 metros e encerrou a noite em 15,07 metros, mantendo uma queda gradual ao longo do dia, mesmo sem registro significativo de chuva naquele período. Já nas últimas 24 horas, choveu 11,6 milímetros,
A elevação do Rio Acre e de seus igarapés já impactou diretamente cerca de 20 mil pessoas em Rio Branco, o equivalente a aproximadamente 5 mil famílias, ainda de acordo com a Defesa Civil. Desse total, 4 mil famílias vivem na zona urbana e mais de mil na zona rural.
Na segunda-feira, 29, a Prefeitura de Rio Branco decretou situação de emergência em razão da cheia, que atingiu dezenas de bairros, comunidades ribeirinhas e áreas rurais. A medida foi ampliada para emergência em saúde pública, diante do risco de surtos e agravamento das condições sanitárias nas áreas alagadas.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, afirmou que o volume de pessoas atingidas exige mobilização permanente. “Nós já estamos alcançando um universo de cerca de cinco mil famílias, o que pode chegar a aproximadamente 20 mil pessoas. É um número muito elevado e que exige resposta rápida, contínua e organizada do município”, destacou.
Desde a última sexta-feira, 26, equipes atuam na retirada de moradores das áreas mais vulneráveis. Segundo Falcão, o trabalho envolve remoções emergenciais, abertura de abrigos e encaminhamento das famílias à assistência social. “Estamos retirando pessoas, levando diretamente para os locais de acolhimento e garantindo que elas sejam assistidas com segurança”, explicou.
Atualmente, centenas de ocorrências já foram registradas pelos órgãos de emergência, e pelo menos 140 famílias estavam acolhidas em abrigos públicos no início da semana. Para evitar superlotação, a prefeitura iniciou a construção de 60 novos abrigos no Parque de Exposições Wildy Viana.
O prefeito Tião Bocalom afirmou que a prioridade da gestão é garantir atendimento imediato às famílias atingidas. “Quem está perdendo tudo não pode esperar. A ajuda precisa chegar agora”, disse. Ele também destacou a ampliação da estrutura de acolhimento para receber os desabrigados “com dignidade e respeito”.

