A Fifa sorteia nesta sexta, a partir das 14h (de Brasília), os grupos da Copa de 2026, e claro que conhecer os adversários do Brasil é importante. Afinal, enfrentar rivais de pouca expressão, como Cabo Verde e Curaçao, ou já ter um clássico contra a Itália (que ainda jogará a repescagem) faz toda a diferença para os comandados de Carlo Ancelotti. Mas as bolinhas definirão outros elementos que, embora menos evidentes, também influenciam a caminhada. E é neles que a CBF mais está de olho neste momento.
Por se tratar de uma edição realizada em três países — e que abrangerá as duas costas dos Estados Unidos, o principal deles —, os deslocamentos terão importância extra. A possibilidade de fazer longas viagens, encarar fusos horários distintos, enfrentar o calor extremo e até estrear mais cedo ou mais tarde estão em jogo no sorteio.
Mesmo que a Fifa só vá revelar os estádios e os horários de cada confronto no sábado, a definição das chaves já dará uma noção do que cada seleção terá pela frente na primeira fase. A organização deixou pré-estabelecidas as sedes em que ocorrerão os jogos de cada grupo.
O C, por exemplo, terá todos os duelos na costa Leste dos EUA, de temperaturas mais elevadas e mais sujeita aos fenômenos climáticos que podem interromper as partidas. O mesmo ocorre nos outros grupos: as sedes que receberão as duas partidas de cada rodada já estão definidas (restará à Fifa distribuir os confrontos entre elas).
Por isso, independentemente das seleções, há grupos mais atraentes do que outros. Alguns serão disputados em sedes próximas, com viagens mais curtas. É o caso do I (todos os jogos serão na ponta Nordeste dos EUA e em Toronto, no Canadá).
Por outros motivos, o G também enche os olhos. Quem estiver nele não sairá da costa Oeste na fase de grupos. É onde as temperaturas são mais amenas e há menos tempestades e raios.
Outros, porém, envolverão logística mais complexa, com deslocamentos maiores e mudanças de fuso. Como o J, que pode obrigar uma seleção a jogar em São Francisco, na costa Oeste, e depois ir para Dallas ou Kansas, na região central.
Após mapear as opções, a CBF aguarda a definição do grupo para bater o martelo de onde será sua base no torneio. Além da estrutura, ela leva em conta uma localização que minimize as viagens entre jogos. Fugir do calor é outro objetivo, mas é uma variável menos previsível.
A CBF planeja reunir os jogadores na Granja Comary na última semana de maio. Esta primeira etapa termina com um amistoso de despedida da torcida em local a ser definido. De lá, viaja para os EUA para uma segunda fase da preparação.
Este período será numa instalação diferente das oferecidas para a Copa e prevê um segundo amistoso, a depender do tempo disponível. Isso porque a seleção precisa estar na base oficial até cinco dias antes da data do primeiro jogo, que também será conhecida nesta sexta.

