O artista e ex-colaborador de Marília Mendonça, Gustavo Marques, trouxe novos detalhes comoventes sobre os bastidores da reação da família e da equipe da cantora ao receberem a confirmação da morte de Marília, vítima de um trágico acidente aéreo em novembro de 2021.
Em uma entrevista, Marques descreveu o cenário de dor, negação e desespero que se instalou, chamando o ambiente de organização do velório de “um camarote do terror”.
Gustavo Marques, que na época trabalhava em regime de home office devido à pandemia, soube da queda do avião inicialmente através de fãs. Ele relata a confusão e a negação que marcou as primeiras horas:
“Eu recebo a notícia através dos fãs que ela tá tendo uma live que aconteceu sumiço ou a queda do avião. As informações começam a chegar meio desencontradas. No primeiro momento, a gente duvida.”
Em seguida, ele revelu: “No primeiro momento, a gente duvida. A primeira informação que já chega é que tá tudo bem e fala ‘mas como tá tudo bem se o avião tá lacrado?’. Aí, tô a televisão tam tam tam [música do plantão da Globo] ‘a Marília tá bem’”, disse, antes de completar:
“Peguei minhas coisas, comecei a lentamente ir pro banho digerindo aquelas coisas e falei ‘vou lá pro escritório’. Quando estou chegando no escritório, a rua começa a bloquear com a imprensa. Choque um”, observou.
Marques conta que se dirigiu à casa de Marília, onde encontrou familiares e amigos em uma corrente de oração. No entanto, o momento da confirmação oficial se tornou um caos de dor insuportável.
Ele estava gravando um áudio para a equipe de criação, organizando a nota de falecimento, quando os gritos começaram:
“Eu começo a escutar os gritos. Gente começou a jogar celular na parede, na rua. Chegou até o Murilo [Huff], explodiu um celular na parede.”
“A família gritando, aqui na minha esquerda, eu de cabeça baixa.”
Após o choque inicial, Gustavo e parte da equipe seguiram para a casa de Daniela, empresária e tia de Marília, para começar a organizar o velório. Chegando lá, ele encontrou as cantoras Maiara e Maraisa em estado de choque.
Gustavo Marques revelou como Maiara e Maraisa se comportaram na época: “A gente vai pra casa da Dani, na mesma rua, que a gente precisa organizar o velório. Tudo em câmera lenta. Chego lá e a primeira coisa que encontro são Maiara e Maraisa, transparentes, pálidas”, definiu.
Ele ainda foi além: “Eu falo que eu vi o exato momento do olhar da Maiara mudar, e acredito que ela deve ter visto o meu também. Ela chegou do meu lado e começou a mostrar as conversas de WhatsApp do grupo delas, a Maraisa 4h da manhã falando ‘te amo’. E ela [Marília] gravou um áudio ‘que isso, será que vou morrer? Que estranho’”, comentou.
Na sequência, ele falou sobre a organização do velório de Marília Mendonça: “A cabeça tentando processar enquanto você vai recusando as 300 milhões de ligações que vão acontecendo. A partir dali começa a se organizar um evento, pulseiras, separar a família, o camarote do terror. É macabro ver aquilo que era necessário acontecer”, assumiu.
No fim, ele disse: “E aí, mais uma vez, os fãs são colocados em primeiro lugar, começa a se pensar nos fãs. Passei a noite chorando. Meu filho, criança, não entendendo nada ‘por que meu pai tá chorando?’. Minha mulher preocupada comigo, desesperada”, encerrou.
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