O movimento feito pelo governador Gladson Camelí (PP) em Brasília, onde esteve com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, para pedir apoio da sigla à pré-candidata ao governo do Acre Mailza Assis elevou o termômetro político no Acre e reforçou, dentro da própria cúpula emedebista, a percepção de que a sigla pode pender para o lado governista na disputa de 2026.
Segundo o presidente estadual do partido, Vagner Sales, foi o próprio Baleia quem o avisou da visita do governador. “O Gladson fez o certo. Ele tem que ir atrás mesmo”, disse Vagner. “Se ele quer apoio do partido, ele acha que o partido é importante, ele fez a coisa correta: ir lá no MDB e solicitar também da direção nacional”.
O dirigente afirma ter visto o gesto como sinal de prioridade. “Fiquei feliz porque ele foi lá, ele demonstrou interesse em ter o MDB do lado dele, do lado da dona Mailza”.
Para ele, a postura do governador contrasta com a do senador Alan Rick (Republicanos), também pré-candidato ao governo. “Não, não, não. Procurou não”, respondeu, ao ser questionado se o Republicanos se movimentou junto ao comando nacional do MDB. E continuou com um recado direto: “Olha, na verdade, quem quer busca, né? Quem quer tem que ir atrás”.
A disputa pelo apoio do MDB é considerada decisiva. Em 2022, o partido teve mais de 100 mil votos majoritários concentrados em quatro municípios (Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Brasiléia) o que torna a legenda um ativo eleitoral cobiçado pelos dois grupos.
O atraso no anúncio oficial da aliança, antes previsto para 15 de dezembro, foi explicado À GAZETA pelo secretário-geral do MDB, Aldemir Lopes. Segundo ele, ainda há pontos nacionais e internos que precisam ser discutidos, além da construção de uma comissão para negociar com os pré-candidatos.
O partido busca ocupar espaço na chapa majoritária (Senado ou vice) e formar uma chapa forte para a Câmara Federal, prioridade após perder representação em Brasília.
Vagner, por sua vez, reforçou que o MDB exige compromissos concretos. “Não adianta vir só com conversa. Preciso de nomes na mesa [para a nossa chapa de deputados federais]”.

