A atuação de Wagner Moura em “O Agente Secreto” foi considerada uma das melhores do ano pelo The New York Times e pelo The Hollywood Reporter. O ator brasileiro aparece ao lado de nomes como Timothée Chalamet, Emma Stone e Stellan Skarsgard.
No The New York Times, Moura figura entre os 10 melhores atores da temporada. Liam Neeson, Jessie Buckley e Jacob Elordi também aparecem na lista.
“Quanto mais velho fico, mais me esforço para incorporar cada vez mais de mim ao personagem. É como compartilhar algo sobre mim, algo em que acredito. Sou uma pessoa muito política e, claro, isso se manifesta nas coisas que faço. Arte e política estão intimamente ligadas”, declarou o ator à publicação.
O jornal americano voltou a citar o ator em uma segunda matéria, veiculada nesta quarta-feira, 10. Essa, intitulada The Best, Craziest, Scuzziest Film Performances of 2025 (as melhores, mais loucas e mais bizarras performances cinematográficas de 2025, na tradução), menciona Moura como “a melhor atuação em três movimentos”.
“Em se tratando de filmes de perseguição, este é em câmera lenta, desenrolando-se em um ritmo surrealista que permite a Moura captar cada peculiaridade humana, cada instante de estranheza”, avalia o NYT. “Tudo o que Moura faz nesse desmonte é receber informações. Mas observá-lo absorver e processar essas informações é o mais próximo que a atuação chega de uma arte em time-lapse”.
A atriz Tânia Maria, que interpreta Dona Sebastiana em O Agente Secreto, também conquistou um título na lista: o de “melhor atuação de cigarro”.
“O único cigarro que a vemos fumar é durante a cena inicial. Mas ela anuncia que tem fumado há 60 dos seus 77 anos”, escreve o crítico Wesley Morris. “Que poderosa metáfora para sua trajetória pelo mundo. Maria praticamente não tem créditos em filmes, mas tem tudo o que se espera de uma pessoa diante das câmeras: toda a vida que ela já viveu”.
Já o The Hollywood Reporter incluiu Wagner Moura entre as 25 melhores atuações do ano, em lista também divulgada nesta quarta, 10. Para o veículo especializado em cinema, Moura faz “um retorno triunfal ao cinema de língua portuguesa” no papel escrito especialmente para ele pelo diretor Kleber Mendonça Filho.
“É uma atuação comovente e melancólica que evoca uma masculinidade inconsciente, praticamente ausente dos filmes americanos – como a de Kris Kristofferson, Paul Newman ou Jeff Bridges naquela idade”, defende a publicação.
O The Hollywood Reporter ainda destaca que Marcelo/Armando, o protagonista vivido pelo ator brasileiro, “diferentemente de muitos protagonistas de thrillers ambientados em regimes ditatoriais, não é um dissidente nem um ativista clandestino, mas um homem comum preso em uma teia que se estende aos confins do Brasil”.
Os melhores atores do ano para o The New York Times:
Teyana Taylor em “Uma Batalha Após a Outra”
Jessie Buckley em “Hamnet”
Jacob Elordi em “Frankenstein”
Wagner Moura em “O Agente Secreto”
Lee Byung-hun em “No Other Choice”
Kristen Dunst em “O Bom Bandido”
Liam Neeson em “Corra que a Polícia Vem Aí!”
Rose Byrne em “Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria”
Wunmi Mosaku em “Pecadores”
Kathleen Chalfant em “Toque Familiar”
As 25 melhores atuações de 2025, para o The Hollywood Reporter:
Adam Bessa em “Trilha dos Fantasmas”
Rose Byrne em “Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria”
Lee Byung-hun em “No Other Choice”
Timothée Chalamet em “Marty Supreme”
Kathleen Chalfant em “Toque Familiar”
Frank Dillane em “Urchin – Pelas Ruas de Londres”
Jodie Foster em “Uma Vida Privada”
Amy Madigan em “A Hora do Mal”
Harry Melling e Alexander Skarsgard em “Pillion”
Wunmi Mosaku em “Pecadores”
Wagner Moura em “O Agente Secreto”
Dylan O’Brien em “Twinless”
Josh O’Connor em “The Mastermind”
Keke Palmer e SZA em “Um Dia Daqueles”
Jesse Plemons e Emma Stone em “Bugonia”
Renate Reinsve e Stellan Skarsgard em “Valor Sentimental”
Toni Servillo em “La Grazia”
Teyana Taylor em “Uma Batalha Após a Outra”
Hélène Vincent em “Quando Chega o Outono”
Ben Whishaw e Rebecca Hall em “Peter Hujar’s Day”
Indicado em três categorias no Globo de Ouro, o filme de Kleber Mendonça Filho conquistou visibilidade no circuito internacional desde a estreia no Festival de Cannes, em maio. O longa já acumula prêmios dados por críticos, espectadores e membros da indústria, com grande destaque para Moura.

