por Dandara Santana
Horrível. Acho que vou precisar de uma desintoxicação sonora depois dessa campanha. Quem aguenta esses carros de som fazendo zuada a torto e à direita?
Ontem (quinta-feira) não consegui estudar para uma prova de faculdade por conta desses carros de som, que trazem, de maneira bastante invasiva, a ‘mensagem’ de seus candidatos.
Mensagem? Será que tem algo mesmo de construtivo nessas músicas bregas, nesses ritmos horrorosos? Tudo bem que é ‘tradição’. Mas que ‘tradição’ é essa que não respeita hora e lugar para invadir a sua mente?
No Instituto Santa Terezinha, em horário de aula é comum ouvir os carros passando com som alto. desrespeito total com estudantes. E vai dizer o que: que é o ‘candidato da educação’? Francamente!
Se a ideia de um processo eleitoral é fazer com que o povo escolha os ‘melhores’ para exercer cargo público, um candidato que não respeite a conveniência do eleitor não está provando justamente o contrário?
Se o objetivo é fazer com que o eleitor conheça o candidato e suas propostas, precisamos encontrar melhores maneiras de fazer isso. Porque não realizar reuniões com os moradores de um bairro, por exemplo? Um lugar onde o eleitor possa não apenas ouvir os berros de ‘já ganhou’ ou ‘esse é o melhor’ ou ‘meu voto é certo’ e tantos outros bordões que já cansaram, e sim, OUVIR o que o eleitor tem a dizer.
Carro de som é poluição sonora. Aqueles que dizem ter soluções para os nossos problemas cotidianos, na verdade trazem mais um: barulho e perturbação.
Os candidatos que se propõe a lutar pelos direitos da população estão justamente atacando o direito das pessoas ao as obrigarem a ouvirem suas músicas de campanha.
Campanha tem que ser pé no chão: mais atitude e menos ‘zoação’.