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quinta-feira, março 28, 2024

Paranoico, Coronel Ulysses vê inimigo em toda parte. Até no Estado.

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Em uma só semana, o pré-candidato à deputado estadual Coronel Ulysses deu ao menos duas demonstrações de estar ‘fora da casinha’. A primeira foi a polêmica sobre um capacete (isso mesmo, um capacete) com a figura de um coringa utilizado pelo ouvidor de direitos humanos da secretaria de segurança pública. Segundo o coronel, o ouvidor estaria fazendo apologia ao homicídio de policiais. O coronel parte da premissa do significado de que a figura do ‘palhaço’, tatuada no corpo de criminosos serve para marcar aqueles que já teriam matado policiais.

O ‘capacete da discórdia’ de fabricação da MT Helmets é vendido em lojas virtuais como Submarino, Americas, Wal Mart, etc. O ouvidor, contudo teria ganhado o capacete em um sorteio. Antes de ser vilão da série Batman, o coringa é figura do baralho que simboliza, o famoso ‘bobo-da-corte’ destinado a alegrar as cortes medievais.

Não contente, o Coronel da PM, em seu perfil pessoal teceu uma longa e enfadonha catilinária contra o ‘PT’ e ‘os esquerdistas’ e chega a afirmar, (ora vejam só), que “ Inimigo é o Estado”. Isso mesmo, caro leitor, o mais novo ‘anarquista’ acreano é coronel e veste a farda da PM, que representa justamente (ora vejam só 2) o braço armado do estado.

O motivo da bronca foi (ainda) o fato de o líder do governo na ALEAC, Daniel Zen, ter afirmado na assembleia a necessidade do DEBATE sobre a legalização das drogas. A mesma posição é sustentada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso. Barroso argumenta em favor da legalização gradual das drogas a partir das teses do economista LIBERAL (e portanto, em tese, ‘de direita’) Milton Friedman. A legalização das drogas, ou o direito ao aborto, fazem parte das chamadas ‘liberdades individuais’ e são inclusive teses defendidas por liberais que nada tem de ‘esquerda’.

Segundo o coronel, o debate seria INÚTIL, o que nos leva a acreditar que o mesmo deve achar mais útil, fiscalizar o conteúdo simbólico dos capacetes dos agentes civis de estado. Leva a pensar inclusive, que o coronel se acha no direito de pautar o debate da sociedade civil, assim, como quem manda na sua tropa.

Tal comportamento paranoico de ver inimigo em toda parte, em muito lembra justamente a dos viciados em crack e cocaína. Talvez se explique por uma mistura explosiva de fanatismo e autoritarismo, caracterizada por alguns especialistas como transtorno psíquico passível de tratamento. Falta ao coronel, justamente o que ele critica em ‘maconheiros’ e ‘esquerdistas’: sobriedade.

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