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quinta-feira, março 28, 2024

Lula critica Bolsonaro por rejeitar compra de vacina para população

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro, tem direito a recusar receber uma vacina contra a covid-19, mas não pode negar isso à população brasileira. “Se Bolsonaro não acredita na eficácia da vacina, ele que não tome. Mas o papel de um Presidente da República é possibilitar que o povo tenha a vacina à sua disposição”, escreveu o líder socialista numa publicação nas redes sociais.

A declaração de Lula surge depois de Bolsonaro ter dito, na quarta-feira, que o seu Governo não iria comprar a vacina Coronavac, contra a covid-19, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, referindo-se também à decisão do Presidente de rejeitar a vacinação obrigatória no Brasil.

Bolsonaro vetou a vacina chinesa, uma das testadas no Brasil, alegando que o Governo não poderia comprometer-se a comprar uma vacina cuja eficácia e segurança não tenham sido previamente comprovadas pelo Ministério da Saúde ou certificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Por outro lado, o Governo comprou 100 milhões de doses da vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca.

Coronavac é testada desde julho em São Paulo e em outros estados numa parceria da Sinovac com o Instituto Butantanórgão ligado ao governo regional de São Paulo.

O governo paulista já comprou 60 milhões de doses da Coronavac e sempre defendeu que a vacina fosse distribuída pelo Governo central no Sistema Único de Saúde (SUS).

Se a vacina chinesa comprovar a sua eficácia, será também fabricada no Brasil, pelo Instituto Butantan.

“Se a sociedade, os partidos e os parlamentares, precisavam de um motivo para discutir o ‘impeachment’, Bolsonaro acaba de cometer um crime contra a nação ao dizer que não vai comprar a vacina e desrespeitar um instituto da seriedade do Butantan e toda a comunidade científica”, acrescentou Lula, que considerou a decisão do atual Presidente como “a maior irresponsabilidade” que já viu por parte de um chefe de Estado.

Numa entrevista realizada na noite de quarta-feira, Bolsonaro deixou claro que o Governo não pretende comprar a vacina chinesa, mesmo que esta seja aprovada pela Anvisa, mostrando desconfiança devido “à sua origem”.

Bolsonaro reiterou que o seu executivo não vai decretar a obrigação da vacinação a nível federal e criticou o governador de São Paulo, João Doria, por ter dito que poderia impor essa obrigação. “É uma decisão ditatorial”, disse Bolsonaro.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (quase 5,3 milhões de casos e 155.403 óbitos), depois dos Estados Unidos.

pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 41,3 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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