Ícone do site O Juruá Em Tempo

Estudo revela que Depasa está bem próximo da privatização com modelagem em andamento junto ao BNDES

Um estudo divulgado ontem, 24, revela que por trás das exonerações de diretores do Depasa na manhã de hoje (25) está algo bem maior: o início de um processo de concessão e parcerias com a iniciativa privada para a universalização do sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto no Acre.

De acordo com o Instituto Trata Brasil e a GO Associados, o Acre e mais quatro estados estão com estudos ou projetos e andamento para maior mobilização de investimentos com parcerias e concessões. Aparecem na lista, também, Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí e Amapá.

“Assim, dentre os estados que investiram, nos últimos anos, montante abaixo do necessário para a universalização, de acordo com o estudo da ABCON-KPMG, alguns possuem planos em desenvolvimento para o aumento dos investimentos com a privatização e financiamento junto ao BNDES ou outras modelagens, ou projetos mais recentes de concessões ou PPPs”, diz o estudo.

Muito além de áudios comprometedores e sucateamento, a autarquia passa por um processo, de acordo com os pesquisadores, de desestatização. O Estado aparece no estudo entre as 17 unidades da Federação que têm média histórica de investimentos muito abaixo do previsto para a universalização dos serviços, ou seja, literalmente no vermelho. Este grupo de estados “possuem patamar de investimento muito aquém do necessário para a universalização em 15 anos”, revela.

O estudo diz, também, que “em relação às perspectivas de aumento de investimentos com os novos projetos de parcerias e concessões, vale destacar levantamento do BNDES, que mostra a previsão é de R$ 64,5 bilhões em novos investimentos, sendo R$ 16,6 bilhões apenas nos primeiros 5 anos. Com a entrada do setor privado, os investimentos devem crescer em média 4,1 vezes com relação ao realizado entre 2013 e 2017”.

Com a atuação do BNDES, os investimentos em saneamento no Acre saltariam de R$ 136 milhões para R$ 491 milhões nos próximos cinco anos. “Com estes novos patamares de investimentos estes seis estados superariam a meta prevista pelo PLANSAB e pelo estudo da ABCON-KPMG nos primeiros 5 anos após implementação e chegariam mais perto da universalização”. Além do Acre, estão nesta situação Alagoas, Amapá, Ceará, Pará e Rio de Janeiro.

Em 2018, apenas 47% dos acreanos tinham acesso à água fornecida pelo Depasa. Já o acesso à rede de esgoto apenas 10%.

Sair da versão mobile