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No Acre, nível dos rios começa a baixar e médico alerta para o risco de doenças causadas por contato com água de enchentes

Além dos prejuízos materiais, as enchentes, que atingiram centenas de pessoas em 10 cidades do Acre, podem causar uma série de danos à saúde. A lama pesada e com um mau cheiro muito forte também é um dos problemas. A população deve ficar atenta a possíveis doenças transmitidas pela água contaminada, alerta o médico infectologista Alan Areal.

O infectologista disse que hepatite A e a leptospirose estão entre as doenças mais comuns após uma alagação. Mas, há outros riscos como o ataque de animais peçonhentos e na situação de pandemia, ainda pode ter o agravamento dos casos de Covid-19 e dengue.

“É preciso enfatizar, nessa época de enchentes, que principalmente a hepatite A é transmitida pela contaminação de águas e também a leptospirose. São duas doenças que é preciso a pessoa estar muito atenta nesse momento, principalmente, após a enchente, no baixar da águas”, explicou.

Riscos

O médico diz que a leptospirose é uma bactéria que tem muitos animais como hospedeiros, principalmente o rato. Eles eliminam a bactéria através da urina. Em enchentes, as pessoas ficam mais sujeitas ao contato com a bactéria, porque a água do esgoto se mistura com a da chuva. A contaminação acontece pelo contato com a pele.

Com a hepatite A, a situação é semelhante, e o vírus está presente nas fezes. A água da chuva se mistura com a água do esgoto, que está contaminada com fezes humanas e de animais. A pessoa contaminada fica com icterícia, náusea e com muitas dores musculares.

“O cuidado é geral, estamos passando por esse surto de dengue, pandemia da Covid, então, a higienização, uso da máscara acaba prevenindo não só a Covid, o risco de transmissão, mas de resfriado comum também. É importante mudarmos os nossos hábitos, fazer a higienização das mãos, é importante também que as pessoas façam o possível para consumir água potável, porque diminui o risco de infecção por hepatite”, alerta.

Além dos cuidados de higiene pessoal que o médico aconselha, o alerta também é em relação à volta repentina para casa, quando as águas dos rios começam a baixar.

“Algumas pessoas insistem em ficar ou voltar de forma rápida, isso também aumenta o risco [de contaminação]. Uma outra coisa nessa época são os acidentes com animais peçonhentos, principalmente com crianças”, acrescenta.

Alerta

Areal diz que as pessoas devem ficar alertas para os sintomas e ficar atentas com à presença de febre, porque tanto a leptospirose quanto hepatite A podem causar febre.

“Claro que têm algumas situações específicas, na hepatite A, a presença de acolia fecal, por exemplo, as fezes perdem a cor característica, às vezes a urina também fica muito escura”, explica.

Já a leptospirose, tem um sinal muito característico que é a dor nas panturrilhas, nas batatas das pernas.

“Na presença de algum destes sintomas, febre, diarreia, dor abdominal é procurar atendimento médico. A automedicação é perigosa e o paciente deve passar pela avaliação do médico”, pontua.

Além disso, o especialista pede que a população fique alerta para a situação de pandemia vivida no estado.

“Ainda estamos em um momento delicado uma crise sanitária importante e agora, com as enchentes, surto de dengue no estado, então, as pessoas precisam mesmo estar mais irmanadas e cada um ajudar o outro para que possamos sair o quanto antes desta situação de calamidade”, conclui.

  • Por Alcinete Gadelha, G1 AC.
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