Na manhã desta quarta-feira (08), um grupo de taxistas fechou a BR-364, na ponte do Ciência, quilômetro 2, na saída da cidade de Feijó. A exigência é a presença de um representante do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), além de cobrarem a manutenção da rodovia que está em condições precárias.
“A gente fechou a BR aqui. Está se aproximando o inverno e ninguém está vendo manutenções. A nossa reivindicação é totalmente pacífica, fechamos às 7h e nosso movimento é pacífico até que apareça alguém do Dnit para dar uma solução”, disse Antônio Adriano, presidente do sindicato dos taxistas na cidade.
Adriano destacou ainda que a grande preocupação não é a atual situação, mas sim a chegada do período de inverno. O representante da categoria diz ainda que por conta dos buracos, as viagens tiveram o tempo dobrado.
“Trecho que a gente fazia em 1h30, agora fazemos em três horas. Está o dobro do tempo e a preocupação nem é como está, é como vai ficar já que está entrando o inverno e não tem mais tempo de fazer muita coisa. São muitos buracos, temos que fazer manutenção sempre nos carros, o preço da gasolina horrível e também aumenta o consumo porque você tem que estar saindo, reduzindo. Então, há um prejuízo para o taxista, freteiros e todos esses trabalhadores estão no prejuízo”, lamentou.
O trajeto entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul tem uma distância estimada de mais de 600 quilômetros. A viagem, geralmente, é feita dentro de 10 horas, porém com as más condições da estrada, chega a durar 14 horas, 4 horas a mais que o normal.
Neste ano, no mês de fevereiro, a BR chegou a ficar quatro dias interditada, e passou por intervenções de elevação depois que as águas do igarapé Cajazeiras invadiram a pista durante a enchente dos Rios Iaco e Caeté, no quilômetro 280.
Depois de dois meses, o tráfego no trecho de aproximadamente 100 metros foi interrompido novamente para retirada do aterro de pedras colocado no local em fevereiro.
Resposta do Dnit
Carlos Morais, superintendente do Dnit no Acre, disse que a BR-364 passa por trabalho de reparos e que há frentes de trabalhos em diversos pontos, porém as condições da rodovia requerem uma reconstrução e até que isso aconteça, a previsão é a de que continue ruim.
“É legitima a manifestação, a rodovia realmente tem pontos críticos. A gente está trabalhando desde o início do verão. Só que a BR-364 tem um problema muito grande e enquanto ela não for reconstruída, a gente resolve parcialmente no verão e quando chega o inverno a situação piora muito. Mas, a gente está trabalhando. Somos cientes do problema, e estamos trabalhando na nossa máxima capacidade”, explicou.
O superintendente destacou que a BR é dividida em oito lotes, por segmentos, e há frente de trabalho em todos, principalmente nos mais críticos. “Mas, tem orçamento, o verão é curto, tem o tipo de contrato que tenho lá que não é de reconstrução ainda, estamos em processo de licitação para contratar o projeto de reconstrução. É legitimo o movimento, mas não muda o que estamos fazendo. E esse ponto é o que eles mais reclamam e no inverno a situação piora, mas a gente não para também para que não vire atoleiro”, concluiu.

