19 de abril é comemorado o Dia do Índio ou Dia dos Povos indígenas. A data foi escolhida por remeter ao dia em que delegados indígenas, representantes de várias etnias de países como o Chile e o México, reuniram-se, em 1940 no Primeiro Congresso Indigenista Interamericano.
A celebração deste dia tem como propósito principal a preservação da memória ancestral dos indígenas na formação da sociedade brasileira, além de conservar a rica cultura deste povo.
Neste dia, a Aldeia Puyanawa – Povo do Sapo –, em Mâncio Lima, comemorou a data com muita dança e histórias com a participação de crianças, jovens e adultos. Há dois anos a festa não acontecia por conta das restrições de saúde em relação a covid-19.
“Trago aqui meu povo com alegria para celebrar a vida e a natureza. Agradecer a Deus a dádiva da vida, de poder estarmos aqui com saúde depois de tudo que passamos. Estamos aqui para comemorar a vida neste dia tão importante, para apresentar a nossa cultura”, disse o cacique Joel Puyanawa.
Durante todo o dia serão realizadas danças, cantorias e será servido um almoço gratuito. Joel relembrou que esse é um momento para resgatar a cultura indígena que tanto foi perdida no decorrer dos anos. “Hoje estamos seguindo uma cultura. Tem muitos jovens e crianças envolvidos e nós estamos aqui transmitindo esses ensinamentos milenares para essa juventude que é o nosso futuro”, destacou.
Segundo o cacique, hoje a maior luta do povo Puyanawa é pela sobrevivência. “Sobreviver aqui na nossa terra, na comunidade, sem explorar, sem queimar e sem destruir. Esse é o nosso desafio. Lutar pela nossa plantação, para termos nossa medicina”, disse.
Carol Puyanawa é uma jovem que se diz orgulhosa de sua origem indígena. “Estamos levando a nossa cultura adiante. Nós somos o futuro daqueles que trouxeram para nós o conhecimento, é motivo de orgulho para o nosso povo. Eu estudo, faço faculdade e hoje era para eu estar estudando, mas eu preferi estar aqui dentro da nossa comunidade”, explicou. 
Para Carol, 19 de abril é um dia muito importante que representa o resgate da cultura do seu povo. “A muito tempo a nossa cultura chegou à beira da extinção e foi graças a escola indígena que incentivava a gente cantar, dançar e falar na nossa língua. E graças a essa festa conseguimos resgatar o que já tinha adormecido”, disse.
- Por Beatriz Santos, dO Juruá em Tempo