25.2 C
Juruá
quinta-feira, março 28, 2024

Jovem suspeito de jogar namorada de carro em movimento no AC é solto após quase quatro meses preso

Por

- Publicidade -

Preso desde dezembro do ano passado acusado de jogar a namorada do carro em movimento, o jovem Lucas Oliveira, de 26 anos, teve um pedido de liberdade concedido pela Justiça e deixou a Unidade de Regime Fechado 1 de Rio Branco, a UP-4, nesta quinta-feira (28).

Oliveira foi preso pela Polícia Civil após ser acusado pela namorada, Emely Juliana, de 22 anos, de jogá-la do carro durante uma briga para pegar o celular dela. Uma câmera de segurança flagrou a ação, que foi registrada no dia 26 de dezembro, mas só repercutiu dois dias depois.

Após sair da prisão, o rapaz postou vídeos e fotos em uma rede social brincando com cachorros da família. “Depois de 119 dias longe de casa, ser recebido dessa forma não poderia ter sido melhor”, diz em uma das imagens.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Oliveira e aguarda retorno.

Pedido negado

No último dia 22, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, negou um pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do jovem. A defesa no pedido que Lucas Oliveira sofreu um acidente em 2015 e que precisava do uso de sonda para fazer cateterismo vesical intermitente quatro vezes ao dia. Além disso, alegou que o material para o procedimento é fornecido pela família do preso.

O Ministério Público opinou pelo indeferimento do pedido de prisão domiciliar e pediu que o preso tivesse assistência médica necessária dentro da unidade prisional. Ao analisar o caso, o juiz Alesson Braz afirmou que a substituição da prisão preventiva não se justificava e que o uso da sonda não se enquadrava em doença grave e sim em sequela de acidente.

Portanto, o magistrado indeferiu o pedido feito na época e determinou que o acusado usasse a sonda fora da cela em que se encontrava recluso, podendo ser na Unidade Básica de Saúde do presídio ou em outro local salubre em que o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) consideresse seguro.

Em fevereiro, o acusado já tinha tido um pedido de revogação da prisão preventiva negado pela Justiça. Na época, a defesa alegou que o réu é primário, tem bons antecedentes e possui deficiência permanente, que precisa de tratamento.

A Polícia Civil confirmou dia 27 de janeiro que finalizou o inquérito que apurava a acusação de Emely Juliana contra o namorado. O inquérito foi presidido pela delegada Carla Coutinho, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), mas não pode ser detalhado porque corre em segredo de Justiça.

Ao todo três pessoas foram ouvidas, além do casal, uma amiga prestou depoimento, segundo a polícia. A Polícia Civil também não detalhou qual foi o indiciamento de Lucas.

Briga por celular

A jovem contou, na época, que ela e o namorado estavam na casa de um amigo do pai dela quando ele pediu para olhar o celular dela e ela recusou. Logo, eles se desentenderam e resolveram ir embora. No caminho de casa, a briga ficou mais intensa e ele começou a acelerar o veículo.

Emely disse que chegou a abrir a porta do carro várias vezes na tentativa descer, mas ele continuava acelerando e fazendo manobras arriscadas. Até que em determinado momento ele reduziu a velocidade e ela achou que ele iria parar o carro, abriu a porta, mas ele voltou a acelerar e, segundo ela, a empurrou.

“Em nenhum momento tentou me ajudar, ele desceu do carro e foi logo pegando meu celular”, contou a jovem.

Pelas imagens é possível ver o momento em que Emely, bate a cabeça e fica deitada no meio da rua. O homem para o carro mais na frente, desce e vai até ela. Alguns segundo depois, ele pega o celular que estava no bolso da jovem e ela consegue se levantar e tenta pegar o aparelho.

Já próximo ao carro novamente, ele a empurra e depois ela se senta na calçada. Depois disso, Emely contou que Lucas ficou com o carro parado em rua próxima e que algumas pessoas se aproximaram.

Ela foi levada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a UPA da Sobral e depois registrou a ocorrência na delegacia da mulher.

Lucas foi candidato a deputado estadual no Acre pelo PSL nas eleições em 2018. Em 2016, o g1 contou a história dele que, após ficar quase um ano internado devido a um acidente de carro, saiu do hospital determinado a ajudar as pessoa e montou o Movimento de Apoio à Criança com Câncer (MACC).

A defesa de Lucas Oliveira afirmou, na época em que o caso veio à tona, que o vídeo que circulou nas redes sociais estava acelerado e que ele não estava em alta velocidade. O rapaz acusou a namorada de ameaçar se jogar do veículo e disse que ela estava alcoolizada. Ele negou as acusações.

 

- Publicidade -
Copiar